O QUE ESPERAR DO MERCADO IMOBILIÁRIO EM 2021?

É comum que no final do ano as empresas de todos os setores façam um balanço do que passou e olhem para frente, em busca de tendências e novidades. Indo por esse caminho, é importante observar que passamos por um ano difícil e que chegamos mais fortes e preparados para 2021. Com o setor imobiliário não seria diferente: enfrentamos a crise, causada pela pandemia, e saímos dela melhor do que entramos. O poder de reinvenção do mercado de imóveis mostrou sua força mais uma vez. Mas, o que esperar desses próximos 12 meses? Na minha visão teremos mais lançamentos, vendas e claro, oportunidades para quem deseja comprar ou investir em imóveis.

De acordo com dados da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias), divulgados em outubro de 2020, 97% das 38 maiores empresas do ramo pretendem lançar empreendimentos no próximo ano. E as boas notícias não param por aí. O mesmo levantamento apontou que 87% das organizações consultadas acreditam que as vendas devem aumentar em 2021. A solidez do mercado imobiliário deve continuar atraindo investidores.

Por isso, não tenho medo de dizer que para 2021, as expectativas do mercado imobiliário são positivas. Com a diminuição da taxa Selic para 2%, é esperado que mais pessoas consigam realizar o sonho do apartamento próprio. Além dos consumidores finais, aqueles que costumavam investir em renda variável e, tomaram alguns sustos ao longo do ano, também se beneficiaram da diminuição da taxa básica de juros e poderão adquirir mais de um imóvel para geração de renda fixa.

Outro importante fator que colabora com essa previsão otimista do mercado, é a busca por imóveis com áreas úteis maiores, que permitam a criação de ambientes de lazer e home office. Para muitas empresas, o trabalho remoto é uma tendência que veio para ficar e, por isso, os compradores pesquisam empreendimentos arejados e plantas maiores, que possam receber as adaptações que a pandemia exigiu, como por exemplo, espaços para estudar e trabalhar.

E não podemos nos esquecer das lições que aprendemos este ano e que devem permanecer porque fizeram a diferença no mercado imobiliário. Uma delas é o crescimento dos anúncios online, tendo em vista que parte da população economicamente ativa estava trabalhando em casa. Foi uma importante mudança para empresas do segmento de imóveis, uma vez que propagandas físicas, panfletos e visitas presenciais foram paralisadas durante boa parte de 2020.

Também precisamos falar sobre a inovação digital. A forte incorporação da tecnologia nos processos de conhecer, considerar e comprar um imóvel também marcaram presença nessa reinvenção. Muitos empreendimentos passaram a oferecer para os clientes a possibilidade de apresentar o apartamento por meio do Tour Virtual 3D, feito com tecnologia de última geração. Dessa forma, é possível apresentar todos os diferenciais do imóvel, como se o comprador estivesse lá. Outros serviços como a possibilidade de agendar visitas virtuais e realizar trâmites de cartório, 100% online, também se destacaram no período.

Essas soluções tecnológicas reforçam a possibilidade de atender múltiplos públicos. Quem não pode visitar muitos imóveis devido à rotina corrida, por exemplo, pode pré-selecionar os empreendimentos que mais gostar, por meio de experiências virtuais, e só depois, conhecer presencialmente os preferidos. É, definitivamente, um ganho para todas as partes: para as construtoras, incorporadoras e imobiliárias, que podem anunciar seus produtos com mais detalhes e recursos, e para os consumidores, que otimizam o tempo, e adquirem uma experiência excelente em poucos minutos e cliques.

Dessa forma, encerro esse artigo trazendo a reflexão de que o mercado imobiliário sempre renasce e faz a roda econômica do país girar. Não podemos nos esquecer que estávamos saindo da última crise econômica, quando muitas pessoas adiaram a compra do imóvel, e caímos em um ano bastante complicado com a chegada do coronavírus. No entanto, em meio ao caos, o mercado se reinventa, inova em soluções tecnológicas e cria oportunidades, fechando 2020 em alta. Por isso, vejo que 2021 está com um horizonte mais claro.

Fonte: Estado de S. Paulo

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