MINHA CASA NÃO PAGA, OBRAS PARAM E DEMISSÃO CRESCE

Mesmo após acordo com o governo, construtoras que atuam no Programa Minha Casa, Minha Vida reclamam de atrasos em repasses, abandonam obras e demitem trabalhadores. A crise começou no fim do ano passado e ainda não tem data para terminar. O prazo dos pagamentos foi esticado para até 60 dias, mas ainda assim os repasses não foram regularizados, deixando as construtoras com falta de dinheiro para comprar materiais. O problema é notado em todo o País, mas concentrado no Nordeste, onde a construção civil depende mais de dinheiro público. Com 4 milhões de unidades contratadas e 2,3 milhões entregues desde sua criação, o Minha Casa Minha Vida teve impacto positivo no emprego até 2014. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o programa criou 1,2 milhões de vagas. Agora, com obras paradas ou andando devagar por causa dos atrasos, as construtoras que aderiram ao programa estão cortando vagas. Até 2014, o Minha Casa era visto como “porto seguro” à crise da construção. Pesquisa da FGV mostra que, até dezembro, os empresários ligados ao programa tinham confiança de 96 pontos, superior à dos que dependiam do setor privado (86,6). Em junho de 2015, a situação se inverteu: os empresários do Minha Casa tinham confiança de 53,3 pontos, contra 58,8 dos privados. “Está claro que tanto os empresários quanto o objetivo social do programa serão afetados”, diz a economista Ana Maria Castelo, da FGV-Ibre. O SindusCon-SP prevê que o setor como um todo corte 475 mil empregos no País em 2015. Segundo o presidente da entidade, José Romeu Ferraz Neto, esse cálculo considera que os problemas do Minha Casa serão resolvidos rapidamente. “Se isso não ocorrer, o número sobe”. O Ministério das Cidades admite os atrasos, mas diz que vai regularizar os pagamentos até o próximo dia 31. (Fonte: O Estado de S. Paulo/Fernando Scheller)

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