O Governo Federal prepara mudanças no Programa Minha, Casa Minha Vida (MCMV). O anúncio deve ser feito nos próximos dois meses, revela o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães. Segundo ele, os ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional devem realizar alterações no modelo do programa, "mas nenhuma envolve o acesso dos mais carentes ao financiamento para a casa própria". Guimarães falou sobre o assunto durante o almoço-debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará), na última semana, no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza.
A afirmação do presidente da Caixa acontece após o Governo anunciar repasse de R$ 1 bilhão para regularizar as dívidas criadas com as construtoras. No Ceará, conforme a diretoria do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), os repasses chegaram a atrasar em 60 dias. Cobrindo a faixa 2 e 3 do programa, o banco assume atrasos de R$ 500 milhões até dezembro, diminuídos agora para ordem de R$ 100 milhões no País.
Guimarães falou que a estatal retomou 70 mil imóveis financiados no MCMV neste ano por falta de pagamento.
Diretor de Obras de Interesse Social do Sinduscon-CE, Clausens de Almeida Duarte considera importante o banco reiterar o compromisso de ser o indutor dos financiamentos. Sobre os repasses da faixa 1 do MCMV, que dependem da União, afirma que melhoraram e chegam a três semanas de atraso.
Após seis meses à frente do banco, Guimarães comemora o lucro líquido de R$ 3,92 bilhões no primeiro trimestre, que representa alta de 22,9% frente o igual período de 2018. As iniciativas nesse sentido foram chamar 2 mil selecionados em concurso realizado em 2014, quase todos deficientes, e também fechar acordo de apoio ao esporte paralímpico.
A redução das taxas em segmentos como o crédito imobiliário, e consignado, com atenção especial às regiões mais carentes são foco da Caixa. A renegociação de dívidas para 3 milhões de pessoas foi anunciada como oportunidade para débitos atrasados há mais de um ano, com oferta de descontos de 90% e renegociação de atrasos em empréstimos imobiliários para 600 mil pessoas, que estavam próximas de serem despejadas por falta de pagamento.
Os investimentos no setor imobiliário devem mobilizar os esforços da Caixa, que tem R$ 1 trilhão para crédito imobiliário, R$ 450 milhões em carteira própria e R$ 550 de FGTS. Existe plano de indexar o crédito imobiliário de longo prazo junto ao Índice Nacional de Preços Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com Pedro Guimarães, a oferta de títulos imobiliários ao mercado também deve ser realizada no intento da Caixa de abrir capital na bolsa.
Crédito
O presidente da Caixa confirmou que o banco deve começar a investir em créditos de menor valor. A inspiração para isso é o trabalho realizado pelo Banco do Nordeste com o Agroamigo e o Crediamigo
Fonte: O Povo
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