CONSTRUÇÃO: HISTÓRIAS DE AMOR E SAUDADE PELA TERRA NATAL

Após levantamento, construtora goiana percebeu que mais de 86% de seus trabalhadores são migrantes de outros Estados. Cada um deles com uma saudade diferente para contar No dia da saudade, a construção civil de Goiânia surge com muitas histórias para contar, isso porque, de acordo com levantamento sobre a mão de obra na construção, realizado pelo Sinduscon/Senai, 36% dos trabalhadores vêm do agreste. Só nas obras da Dinâmica Engenharia, após um levantamento sobre o perfil de seus trabalhadores descobriu-se que 86,27% deles vêm de outras cidades e Estados. A maioria, do norte e nordeste do País. Ao todo, foram entrevistados 102 colaboradores em duas obras de Goiânia e, a cada três migrantes, dois estão na capital há mais de 5 anos e já se tornaram “goianos de coração”. Mesmo com toda essa saudade, muitos não reclamam de estarem longe de casa, muito pelo contrário, agradecem a cidade e ao povo goiano a acolhida e as oportunidades que aqui conseguiram. Para ter uma idéia, segundo o estudo do Sinduscon/Senai, na maioria dos casos (61%) essas pessoas vieram para Goiás em busca de colocação no mercado de trabalho. Uma dessas histórias é contada pelo mestre de obras, Heleno Santos, de 64 anos, que nasceu no Maranhão, mas aos 20 partiu de sua terra em busca de oportunidades. Optou por vir para Goiânia, onde soube que havia oferta de trabalho e aqui chegou em 1972, como servente de pedreiro. A capital, ele se recorda, era bem diferente. “Já são 45 anos nessa cidade que me acolheu, mas uma coisa eu te digo: podem passar 100 anos se perguntar para qualquer um, se eu tivesse uma condição financeira melhor eu queria voltar para minha terrinha”, diz. Heleno conta que os primeiros 15 anos foram os mais difíceis, isso porque só depois desse tempo conseguiu trazer os pais para a capital. “Nos 4 anos iniciais eles achavam até que eu havia morrido, eu mandava carta, que era a única forma de comunicação na época e nunca chegava a eles. Daí, quando fui casar, precisei ir até lá em busca de alguns documentos, e foi só emoção quando me viram”, conta. Hoje, maior parte da família de Heleno reside em Goiânia, mãe e pai; a esposa e filhos são de Goiás. No entanto, alguns parentes ficaram no Maranhão, como a irmã por exemplo. “Cheguei da casa dela há 15 dias, antes de ir a gente nem dorme pensando na viagem, depois que volta fica só a saudade”, conta. O mestre de obras orgulha-se do crescimento profissional que Goiânia e as empresas daqui proporcionaram a ele. “Em todos esses anos, devo ter ajudado a construir uns 35 prédios”, calcula. Além de orgulhoso, seu sentimento também é de gratidão ao lugar que o acolheu. “Goiânia me adotou e hoje me considero filho da cidade. Aqui formei minha família, constituí todo meu patrimônio, que não é grande, mas é meu”, diz.

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