Para mostrar que a indústria da construção pode ser protagonista na retomada do crescimento econômico nacional, na geração de empregos e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) reuniu na quarta-feira (11/09), durante o encontro ‘A construção na condução da retomada do emprego’, cerca de 40 parlamentares de todas as regiões do País para um amplo debate sobre o futuro do setor. Entre os destaques, caminhos para estimular a criação de 936 mil empregos no mercado imobiliário, em concessões municipais, saneamento e retomada de obras paralisadas.
Também participaram do debate o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, e mais de 100 representantes do setor da construção.
Ao mencionar a importância da construção civil para essa retomada, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, destacou que o simples fato de o setor ter crescido 1.9%, já fez o Brasil ter um resultado positivo, puxando o PIB Nacional (0,4%) para cima. “Esse aumento foi gerado apenas pelo mercado imobiliário da Região Sudeste, via Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Imagine se todos os segmentos estivessem funcionando – mercado imobiliário (FGTS, SFI), obras públicas e de infraestrutura, obras industriais e corporativas setor”.
Martins apontou dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) que revelam que a cada R$ 1 milhão de investimentos na construção são gerados diretamente 7,64 empregos e uma renda de R$ 492 mil e direta e indiretamente 11,40 empregos e renda de R$ 772 mil.
“Investimentos de R$ 8,5 bilhões no Mercado Imobiliário [dentro do SFH, Sistema Financeiro da Habitação] gerariam rapidamente mais de 96 mil empregos, ampliando em 0,13% o PIB”, exemplificou, chamando atenção para os dados seguintes:
Atrasos no Minha Casa, Minha Vida impactam 200 mil empregos
Martins ressaltou ainda que, com o atraso do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), 200 mil empregos estão sendo impactados. Em seguida questionou se o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de R$ 500, é uma opção de dar emprego no Brasil ou na China. “Aqui, seriam produzidas 400 mil casas, gerando empregos com um efeito indireto fantástico na compra, por exemplo de móveis, fazendo a economia girar”.
“Precisamos motivar a construção civil, porque ela é o setor que pode gerar emprego de forma mais rápida e efetiva”, defendeu o presidente da CNI, Robson Andrade, destacando o seu preparo, por meio das suas pequenas, médias e grandes empresas, para atender às necessidades do país.
Além disso, Robson Andrade reforçou com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a necessidade de buscar alternativas de financiar a construção civil, sugerindo a criação e um fundo para a construção civil. “Temos muitos recursos no Brasil que não estão sendo usados para gerar empregos e que poderiam ser usados em investimentos em privatizações, em concessões e na construção civil.
Pagamentos do ‘Minha Casa, Minha Vida’ serão normalizados
Notícia muito aguardada pelo setor da construção, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que os repasses do programa Minha Casa, Minha Vida começariam a ser normalizados ainda na quarta-feira (11/09).
Ao reforçar o sentimento dos parlamentares presentes de que o setor da construção é essencial na retomada do país, o deputado Domingos Gomes de Aguiar Neto (PSD-CE) informou que há uma tentativa dos parlamentares de incluir na previsão orçamentária de 2020 recursos para o MCMV, para evitar os prejuízos financeiros para o setor e o país tanto em obras paradas quanto no desemprego.
“Se não for o que precisamos, em razão das despesas discricionárias, mas que o Minha Casa, Minha Vida seja percebido como vetor de desenvolvimento nacional que tem na sua ponta a maior condição de geração de empregos diretos e indiretos no país”, defendeu.
O encontro ‘A construção na condução da retomada do emprego’ ocorreu paralelamente à reunião do Conselho de Administração da CBIC.
Fonte: Agência CBIC
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