Construção civil sofre com falta de mão de obra qualificada

Os canteiros de obras em Goiás continuam aquecidos e abertos a oportunidades. O setor gerou, apenas em julho, 6.888 postos de trabalho, de acordo com dados do Novo Caged, divulgados no fim do mês de agosto pelo Ministério do Trabalho. No país, o mercado de trabalho formal da Construção Civil continua evidenciando a sua importância para a economia nacional: foram gerados 29.818 novos postos de trabalho com carteira assinada em julho de 2021. No entanto, ainda há vagas abertas por falta de mão de obra qualificada.

Na avaliação da economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, apesar do número de vagas no setor ainda não ter retomado o patamar observado nos primeiros dois meses do ano (cerca de 44 mil), o mês de julho apresentou o melhor desempenho desde fevereiro de 2021 (44.184), o que evidencia avanço das atividades do segmento.

O administrador Marcius Costa e Silva Júnior, 29, comemora até hoje sua recolocação no mercado de trabalho, que aconteceu no dia 30 de agosto deste ano. “É uma gratidão diária acordar e ter para onde ir, se sentir útil e ainda poder trabalhar em uma área que amo, que é o Recursos Humanos”, comemora, após ficar cinco meses desempregado.

Neste período, atualizou e enviou currículo, tentou alternativas, inclusive como autônomo, e investiu em leituras técnicas sobre gestão de pessoas para se qualificar e se manter atualizado. “Fiquei muito feliz quando soube que seria contratado, ainda mais para a área que me faz muito bem em atuar. E também poder contar com recursos financeiros diante de tudo tão caro, com a inflação alta”, ressalta ele, ao lembrar dos momentos de aflição diante da demissão.

Diretor de Marketing, Comunicação e Eventos da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Marcelo Moreira aponta que o setor mantém ritmo aquecido de contratação, com várias posições de emprego abertas, seja em obra e para escritório. Entre os profissionais mais requisitados estão os mais qualificados no quesito de técnica, como pedreiro, pintor, encarregado, serralheiro e carpinteiro. “Esses trabalhadores qualificados estão em falta hoje no mercado, o que impacta em uma inflação salarial e, consequentemente, amplia a dificuldade geral de contratação”, aponta.

Para suprir essa demanda, o mercado investe em treinamento. O setor, destaca Marcelo, possui um perfil de qualificação: ele prepara aquele profissional, sem experiência ou técnica, para o mercado. Mas este funcionário não permanece no local de trabalho e acaba abrindo uma nova demanda”, ressalta.

A expectativa é que o mercado disponibilize, até o final deste ano, cerca de 20 mil empregos formais.

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