A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) conduziu, nesta segunda-feira (19), o primeiro dos dois tópicos sob sua coordenação no 8º Fórum Mundial da Água. Dentro da sessão temática “Urbano”, o tópico “Projetos de cidades com consciência hídrica” congregou público que preencheu os 60 lugares disponíveis na sala do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A CBIC foi responsável pela moderação do painel e integrou o Grupo de Coordenação, composto por outras organizações internacionais: Bremen Overseas Research and Development Association - BORDA(Alemanha); Korean Society on Water Environment - KSWE e Korea Environment Institute - KEI (Coréia do Sul); e Centre for Built Environment, Calcutá (Índia).
As palestras percorreram quatro continentes do mundo – característica mandatória na composição do quadro de palestrantes – para apresentar casos de cidades preocupadas com a construção de centros urbanos que considerem a água como recurso natural essencial e como elemento fundamental em qualquer intervenção. Trata-se de locais que planejam a renovação, o desenvolvimento e a manutenção do território por meio da articulação do projeto urbano, da infraestrutura e da gestão do solo baseada na comunidade, tendo o menor impacto possível do ponto de vista hídrico.
Da Índia, foram apresentadas iniciativas como um projeto de captação da água de chuva e um modelo sustentável de desenvolvimento comunitário que reaproveita águas residuais, melhorando o saneamento e gerando receitas locais. A partir de uma perspectiva europeia e de metrópole, foi mostrado como a região de Paris, na França, encara o impacto de seu crescimento demográfico no sistema hídrico, fazendo uma transição para uma economia circular. As cidades inteligentes da Coréia do Sul também foram pauta, com destaque para seu progresso na gestão da água e suas ações para manter o ecossistema local vivo e reverter a deficiência hídrica no país. Por sua vez, o Brasil expôs as ações de prevenção de desastres em grandes alagamentos; e os esforços para a redução de perdas no serviço de rede de água, a partir de contratos focados em desempenho, apresentando casos de sucesso em São Paulo e Olinda.
Como novos modelos de financiamento são cruciais para o avanço de cidades com consciência hídrica, o tópico abordou ainda formas de envolver o setor privado nesse desafio. Da África, o Senegal falou sobre como fazer a exploração do saneamento básico usando ferramentas do setor privado e ressaltou como o país contorna as deficiências públicas. Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, em inglês) comentou os desafios para o financiamento dessas iniciativas e as opções para minimizar custos e atrair financiadores.
O 8º Fórum Mundial da Água começou no último domingo, com o Water Business Day, e segue até a próxima sexta-feira. A CBIC também coordenará um dos tópicos da sessão temática “Desenvolvimento”, amanhã (21), das 9h às 10h30, na sala 27 do centro de convenções. A participação da entidade nesse evento global conta com a correalização do Senai Nacional.
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