GOVERNO FEDERAL VAI DESENCADEAR OBRAS DE MOBILIDADE URBANA E SANEAMENTO BÁSICO

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou nesta quarta-feira (24), na abertura de 89º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que o governo editará, nas próximas semanas, uma Medida Provisória para dar às empresas privadas os mesmos direitos das empresas públicas no acesso a recursos para investimento em saneamento básico. Segundo ele, o governo vai lançar o programa “Avançar Cidades”, com recursos de R$ 5,2 bilhões para prefeitos e governadores investirem em obras de saneamento e mobilidade. Promovido pela pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Distrito Federal (Sinduscon-DF), o 89ª Enic tem como tema “Superação é nossa maior obra” e trouxe à capital federal mais de 1.400 dirigentes, empresários e profissionais do setor. A falta de crédito e a insegurança jurídica são problemas cotidianos da construção, que enfrenta diariamente o desafio da superação, segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins. “Somos testados todos os dias, trabalhamos com um produto para entrega daqui a 2 ou 3 anos e, no entanto, não sabemos o que vai acontecer amanhã", afirmou ele, que foi reeleito ontem presidente da entidade. Insegurança jurídica, crise política, econômica e falta de planejamento também foram lembradas pelo deputado Joe Valle, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal. “O setor produtivo se arrisca todos os dias. Não existe plano de longo prazo”, afirmou ele, defendendo a união da sociedade, áreas pública e privada para superar as dificuldades que atingem o País. Ele convocou os empresários da construção civil para, junto com o legislativo, elaborar uma agenda positiva. “O Brasil ainda é o país das oportunidades”, disse o presidente da Câmara Distrital. Mas José Carlos Martins ressaltou a dificuldade das empresas de construção: “Por culpa da crise, muitas empresas não concretizaram suas previsões de venda e não estão conseguindo atender exigências extras, o que impede um ritmo normal de produção e novos lançamentos”. O setor de construção, que representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB), fechou mais de um milhão de postos de trabalho por causa da recessão dos últimos anos. “A burocracia estatal impede a retomada do emprego”, afirmou o presidente do Sinduscon-DF, Luiz Carlos Botelho Ferreira, reivindicando a melhora do ambiente de negócios e o enxugamento do Estado para abrir espaço para que a atividade produtiva cresça. “Somos um indutor dessa atividade (construção) e a principal função do Estado indutor é não atrapalhar”, reconheceu o ministro Bruno Araújo. APOIO ÀS REFORMAS Martins e Botelho ressaltaram, em seus discursos, que, apesar do momento de dificuldades, o Brasil precisa avançar nas reformas para atrair investimentos. "É essencial a rápida aprovação das reformas da previdência e trabalhista, assim como a modernização da lei de licitações e do licenciamento ambiental, medidas que farão recuperar a credibilidade do País e trarão de volta o interesse do investidor”, afirmou Martins. Bruno Araújo explicou: “Todos nós conhecemos a dificuldade do momento. Mas todos aqui temos um único objetivo: trabalhar e retornar o País para o trilho da confiança e do crescimento autossustentável, gerar divisas, emprego e melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro”. A necessidade de melhorar o ambiente de negócios no País também foi reconhecida pelo ministro do Planejamento, Orçamento de Gestão, Dyogo Oliveira, que representou o presidente da República no evento. Segundo ele, mesmo com as dificuldades não haverá paralisia no governo. “Continuaremos dedicando todo esforço para a aprovação das reformas”, prometeu. “Não nos afastaremos desse caminho”,afirmou. Com esse objetivo, a Caixa Econômica Federal tem mantido um “diálogo intenso com a CBIC, e todos os que fazem a CBIC, para que possamos entender o novo momento da economia”, disse o presidente Gilberto Occhi. Reforçando a fala do presidente da CBIC, Occhi disse que “é necessário que o setor privado participe ativamente desse novo momento do Estado brasileiro”. Segundo ele, o governo tem tomado iniciativas para superar as dificuldades da economia e para dar aos estados e municípios opções de investimentos em infraestrutura junto com o setor privado. “Quero deixar uma mensagem de otimismo, uma mensagem que passa por garantir o crédito, de condições melhores, de redução de taxa de juros, de confiança na melhoria da economia, mas também a necessidade de todos nós nos unirmos para superar esse momento de dificuldade porque passa o Estado brasileiro”, disse Occhi, lembrando que a Caixa dispõe de mais de R$ 80 bilhões para investimento imobiliário neste ano.

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