CAIXA TEM R$ 34 BILHÕES PARA CASA PRÓPRIA ESTE ANO

A Caixa Econômica Federal acredita que conseguiu contornar o problema de falta de recursos para emprestar no crédito imobiliário e já se vê às voltas com o desafio oposto. "Agora, estamos atrás de demanda", diz Nelson Antônio de Souza, vice-presidente de habitação da Caixa. De acordo com ele, o banco dispõe de R$ 34 bilhões para financiamento da casa própria até o fim do ano, mas ainda não tem certeza se terá a quem emprestar tudo isso.A cifra engloba operações feitas tanto com recursos da poupança como do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), incluindo as faixas de maior renda do programa Minha Casa, Minha Vida e as linhas de pró-cotista. Ao todo, o banco pretende aplicar R$ 93 bilhões em habitação neste ano. É um contraste e tanto com o cenário vivido pelo banco público no ano passado, quando o volume recorde de saques da poupança o forçou a adotar uma série de medidas para restringir a concessão de financiamentos habitacionais. As ações incluíram aumento de taxas de juros, mudanças nos limites financiados e cortes no financiamento de imóveis usados e de empreendimentos imobiliários. Parte dessas restrições foi revertida ou atenuada neste ano. A Caixa conseguiu essa "sobra" de recursos mesmo com a poupança continuando a registrar saída recorde de recursos. Até setembro, a retirada líquida da caderneta somou R$ 41 bilhões. Segundo Souza, foram três medidas que aumentaram o funding para financiamento habitacional na Caixa. Primeiro, o aumento dos recursos disponibilizados pelo FGTS para linhas de pró-cotista, que atendem classes de média e alta renda antes contempladas pelos empréstimos com funding da poupança. Segundo, o banco vendeu parte de seu portfólio de crédito habitacional, via Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), para o FGTS, abrindo espaço para concessão de novos créditos. Foram cerca de R$ 3,3 bilhões. Terceiro, como detém a maior e mais antiga carteira de crédito habitacional do País, a Caixa tem um forte volume mensal de recursos de poupança que "voltam" a ficar disponíveis para empréstimos, na medida em que os financiamentos vão sendo quitados. São cerca de R$ 18 bilhões que voltam dessa maneira todo mês para o banco. "Ainda temos saldo das linhas de pró-cotista para emprestar e cerca de R$ 9 bilhões em recursos da poupança", diz Souza. Segundo ele, o banco já vinha observando alguma melhora na demanda nos últimos meses, interrompida nos últimos 30 dias pela greve dos bancários, terminada na sexta, e que teve impacto direto nessa modalidade de crédito. A melhora veio na esteira de medidas anunciadas em julho pelo banco, como aumento de valor máximo de imóveis financiados e a reabertura do financiamento à construção. Segundo Gilberto Occhi, presidente da Caixa, a grande preocupação no momento é com o aumento de distratos no setor da construção. "Estamos tentando encontrar maneiras para que empresários com estoques tenham tempo para vender as unidades e conseguir condições melhores para venda", diz. Ele lembra que a Caixa vem tentando antecipar o momento em que o banco assume o financiamento do cliente final, como forma de reduzir os distratos. Normalmente, o banco só passa a financiar após a entrega das chaves, mas a Caixa tem financiado mais cedo. (Fonte: Valor Econômico)

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