A Caixa, líder disparada no segmento de crédito imobiliário no País com fatia de 68,5%, começou o ano em marcha lenta. Até 13 de março, as contratações somavam R$ 19,73 bilhões, o equivalente a pouco menos de 13% da meta de R$ 153,6 bilhões estipulada para este ano. Os dados dados são da própria instituição e foram divulgados nesta terça-feira pelo consultor de Habitação da Caixa, Fernando Magesty, durante palestra sobre os desafios do mercado em evento promovido pelo Bradesco em São Paulo. Para cumprir a meta, será preciso acelerar. Os R$ 153,6 bilhões já representam em si um ritmo menor de expansão das contratações para 2014: se cumprido, seria um aumento de 13,8%, ante 26,4% entre 2012 e 2013.Magesty está otimista e acredita que vai conseguir retomar o ritmo e cumprir a meta. Segundo o consultor, a desaceleração não se deve à concorrência maior: ?Há muita demanda ainda. O déficit habitacional está diminuindo, mas ainda é grande. Os financiamentos no Brasil correspondem a apenas 8,2% do PIB?, analisa.Estudos da Caixa mostram que o crescimento do crédito imobiliário brasileiro será sustentado por uma demanda de 27 milhões de habitações nos próximos 10 anos, principalmente nas faixas de menor renda.Magesty admite, porém, que as margens estão cada vez mais apertadas. ?Mas o crédito imobiliário não dá prejuízo?, garante. O consultor da Caixa fez questão de reforçar que a instituição ?está totalmente tranquila? em relação a funding para bancar os contratos de crédito habitacional. ?Não deixaremos de cumprir nossa meta de crédito imobiliário por falta de recursos. Podemos até recorrer à venda de carteiras, não só dos próprios créditos imobiliários, mas de saneamento e infraestrutura, todas com inadimplência muito baixa. Recebemos propostas de compra todos os dias. Mas não será preciso?. Ele admite é que, em caso de ampliação do uso de LCI e de outros instrumentos, como funding, que tem custos maiores para os bancos, os financiamentos tendem a registrar aumento de taxas para seus clientes. Para o consultor, esse aumento seria suportável para os mutuários das faixas de renda mais alta: ?Há margem disponível?.O consultor explica que o patrimônio de referência da Caixa, utilizado para medir o nível de alavancagem ou ?índice de Basileia? (que mostra a relação entre o capital e os empréstimos concedidos pelo banco) é baixo porque a instituição é pública. ?Não precisa formar um colchão de segurança e endividar o governo com isso?, diz. Em um banco público, a garantia é o próprio governo.Magesty diz também que, ainda que os depósitos em poupança, principal fonte de captação para financiamento imobiliário, continuem a crescer menos do que a demanda por empréstimos, não será preciso reduzir o ritmo de concessões. ?Temos outros instrumentos importantes, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito Agrícola (LCA), Certificados de Recebíveis (CRI) e Cédulas de Crédito Imobiliários (CCI).? (Fonte: Brasil Econômico)
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