A pausa de 60 dias no financiamento do imóvel, oferecida pelos bancos em razão da pandemia do novo coronavírus, tem um custo ao mutuário que não é pequeno. Apesar de as três parcelas que não forem pagas agora serem diluídas no saldo devedor, ao final do contrato isso significa pagar o dobro do valor.
Isso porque os juros são somados ao saldo devedor para quitação no final do financiamento.
É o que aponta simulação feita por Marcelo Prata, especialista em crédito imobiliário e diretor da Resale. Um financiamento de um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo, com saldo devedor de R$ 400 mil, postergar três parcelas equivale a pausar o pagamento de R$ 11.967,63. No final do financiamento, o mutuário terá pago R$ 22.726,75. Ou seja, praticamente o dobro: mais R$ 10.759,30.
No levantamento foi considerado que o mutuário acabou de contratar um financiamento. Ou seja, não pagou nenhuma parcela ainda e quer utilizar o benefício da prorrogação. Portanto, para quem já pagou a maior parte do financiamento, ou está na metade do tempo, esse efeito será menor.
A simulação levou em conta uma taxa de juros efetiva foi de 8,5% ao ano, para um financiamento de 360 meses pelo Sistema SAC. Não foi considerada a projeção de TR.
A Caixa ampliou o prazo para a postergação do financiamento do imóvel para 90 dias. Ou seja, o mutuário poderá deixar de pagar quatro parcelas. Nesse caso, o mutuário terá um ônus ainda maior ao longo do contrato.
Contudo, na semana passada, anunciou que a partir desta semana permitirá a pausa parcial, o que pode reduzir o ônus final que o mutuário terá ao prorrogar os valores.
O valor mínimo para pagamento parcial é o valor do seguro e eventuais custos operacionais, que compõem o encargo mensal, sendo permitido que o cliente pague a partir daí qualquer valor, definido no ato da negociação e mantido durante toda a vigência do pagamento parcial.
Veja abaixo a simulação de quanto a pausa de três parcelas no financiamento de imóveis custa para os mutuários em três exemplos de financiamentos: de um imóvel de R$ 300 mil, de R$ 500 mil e R$ 800 mil.
Segundo Prata, apesar de, no final das contas, se pagar quase o dobro do que se adiou, o fato é que um respiro nesse momento de crise é importante para entender como ficará a situação no emprego e fazer ajustes no orçamento.
Mudanças como a que estamos vivendo precisam ser digeridas e um prazo de 90 dias é suficiente para abrirmos mão de gastos supérfluos e ajustar o orçamento para conseguir pagar o financiamento com mais folga”.
Com a possibilidade de pausa parcial das prestações, a recomendação é pausar apenas o valor estritamente necessário para se ganhar fôlego financeiro neste momento
Fonte: Exame
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