IGMI-R ABECIP APONTA PEQUENO AUMENTO NOS PREÇOS DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS EM NOVEMBRO

O IGMI-R/ABECIP de novembro variou 0,50%, mostrando um pequeno aumento em relação ao resultado do mês anterior (0,44%). Apesar disso, esse resultado acarretou uma variação acumulada em 12 meses ligeiramente inferior à de outubro (10,54%, ante 10,59%), interrompendo a sequência de aceleração iniciada em fevereiro de 2019.

Essa desaceleração no resultado acumulado em 12 meses nos preços de imóveis residenciais na passagem de outubro para novembro aconteceu em seis das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP (São Paulo, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Salvador), sendo que Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Brasília ainda mantiveram a tendência de elevação. Esses resultados ainda possuem uma heterogeneidade além da direção das taxas de variação: enquanto Rio de Janeiro e Belo Horizonte vêm mostrando recuperação a partir de patamares relativamente baixos, a aceleração de Goiânia e Brasília ocorre em torno de um resultado acumulado em 12 meses próximo da média nacional. Sempre considerando o resultado acumulado em 12 meses, São Paulo continua sendo o destaque positivo, apesar da ligeira desaceleração na margem, sendo Recife a capital com o menor resultado.

Apesar da pequena magnitude dessa tendência de desaceleração no resultado de 12 meses da maioria das capitas, a pressão sobre os índices de preços ao consumidor nos últimos meses representa um fator adicional no sentido de perda de intensidade da recuperação de preços reais dos imóveis residenciais. Os desafios impostos pelos novos desdobramentos da crise sanitária vêm fazendo aumentar o sentimento de incerteza, principalmente em relação à dinâmica do mercado de trabalho e ao ambiente de investimentos em geral. Os efeitos dessa incerteza podem ser avaliados à luz dos resultados mais recentes da Sondagem da Construção produzida pelo IBRE/FGV. O gráfico abaixo mostra a evolução dos itens Demanda Prevista e Tendência dos Negócios para o setor da construção de edificações residenciais, medidos em números-índice com ajuste sazonal (no eixo à esquerda), juntamente com o desempenho da variação percentual acumulada em 12 meses do IGMI-R/ABECIP.

A tendência de recuperação dos preços nominais iniciada no segundo semestre de 2018 ganha intensidade a partir do final de 2019, juntamente com a percepção de crescimento da Demanda Prevista e da Tendência de Negócios por parte dos empresários do setor. Essa intensidade de aceleração dos preços nominais é interrompida com a chegada da pandemia, a partir do final do primeiro trimestre de 2020. Apesar dessa perda de intensidade, a recuperação dos preços nominais ainda prossegue, em um ambiente onde as condições de financiamento e o deslocamento de consumo causado pelas restrições da pandemia promovem uma forte recuperação das expectativas já a partir do segundo trimestre. Os resultados de novembro mostram uma pequena reversão na margem tanto das variações dos preços nominais dos imóveis residenciais acumuladas em doze meses quanto das expectativas medidas pela Sondagem. 

A perspectiva de evolução dos preços dos imóveis nos próximos meses continua condicionada à redução das incertezas, tanto em relação ao equacionamento da crise sanitária quanto em relação aos fundamentos macroeconômicos que garantam a continuidade das condições favoráveis de financiamento de um lado, e a recuperação do mercado de trabalho do outro.

Fonte: Abecip

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