VENDAS IMOBILIÁRIAS CRESCEM E LANÇAMENTOS CAEM NO PAÍS EM 2020

O número de unidades imobiliárias residenciais vendidas em 150 municípios do país, sendo 20 capitais, totalizou 189.857, um crescimento de 9,8% na comparação com as 172.902 vendidas em 2019. Já o número de lançamentos no ano passado foi de 151.782, uma queda de 17,8% em relação às 184.761 lançadas no ano retrasado.

Os dados são do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e pelo Senai Nacional, em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.

Ao apresentá-los em 22 de fevereiro, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, destacou que o aumento dos preços dos materiais de construção e seu desabastecimento estão fazendo o setor temer lançar novos empreendimentos, prejudicando sobretudo o Programa Casa Verde e Amarela. A entidade alertou que empreendimentos correm risco de paralisação, em função das incertezas causadas pelos aumentos de preços e pela falta de insumos.

No último trimestre de 2020, foram vendidas 57.968 unidades, representando aumentos de 3,9% em comparação ao terceiro trimestre, e de 6,7% na relação com o mesmo período de 2019. Na comparação entre os dois anos, o resultado foi positivo em quase todas as regiões, à exceção da região Sudeste, onde as vendas caíram 2,2%. A maior variação foi observada no Norte, com aumento de 50,1% no número de unidades vendidas, seguido do Nordeste, com aumento de 49,7%.

Em relação às 46.017 unidades lançadas no 3º trimestre de 2020, as 61.274 lançadas no 4º trimestre representaram aumento de 33,2%. O resultado foi positivo em todas as regiões, à exceção do Centro-Oeste, onde houve queda de 22,4% no número de unidades lançadas. O maior aumento foi observado na região Sudeste, onde o número de lançamentos subiu 49,4%, seguida pelo Sul, onde houve aumento de 46,7% nas unidades lançadas.

Já na comparação das 65.937 unidades lançadas no último trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019, houve queda de 7,1%. Diminuiu o número de unidades lançadas nas regiões Sul (-28,9%) e Sudeste (-9,3%) e aumentou nas demais regiões. O maior aumento foi observado na região Norte, com 64,8% mais lançamentos que no 4º trimestre de 2019.

No comparativo de lançamentos entre 2020 e 2019, a maior variação negativa foi observada na região Sul, com 32,7% menos lançamentos. A maior variação positiva foi observada na região Centro-Oeste, com 24,7% mais lançamentos em 2020.

Casa Verde e Amarela

A representatividade do programa Casa Verde e Amarela (CVA) sobre o total de lançamentos no 4º trimestre de 2020 foi de 47,1%. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 48,6%. No 3º trimestre de 2020, a representatividade foi de 54,7% e 53%, respectivamente.

É a primeira vez, desde que o levantamento começou a ser realizado, que a participação do CVA sobre o total de imóveis lançados e vendidos ficou abaixo de 50%. De acordo com o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, será necessário avaliar se os empresários que trabalham com o programa terão o mesmo apetite de construção diante dos desafios impostos pela alta nos preços dos materiais de construção. “Nós estamos associando essa redução, principalmente em relação ao 3º trimestre de 2020, às dúvidas do empresário em relação aos preços dos insumos, e não à falta de recursos”, afirmou.

Oferta

A oferta final de imóveis no 4º trimestre de 2020, de 164.786 unidades, caiu 12,3% na comparação com o mesmo período de 2019, Na comparação com o 3º trimestre de 2020, a oferta final subiu 4,8% no 4º trimestre.

Menor intenção de compra

Também foram apresentados os resultados de uma pesquisa avaliando a intenção de compra de imóveis por parte dos consumidores brasileiros. De acordo com o estudo, que contou com 1.200 participantes, essa intenção caiu 11% em fevereiro, na comparação com outubro, data do último levantamento.

Para Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain Inteligência Estratégica, 41% das famílias têm intenção de compra, mostrando que o consumidor está na busca pelo imóvel. Antes da pandemia, esse percentual era de 43%. “No entanto, pode ser que haja um descompasso entre o que as incorporadoras vão produzir e o apetite de compra de quem ganha entre R$ 2,5 mil e R$ 4,5 mil”, comentou.

Fonte: Sinduscon-SP

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