VENDA DE IMÓVEIS DISPARA COM JUROS MENORES E ALTA DEMANDA

Se os economistas ainda discutem de que forma se dará a retomada da atividade econômica no Brasil, o mercado imobiliário já passou da fase de previsões e, agora, observa na prática um expressivo aumento nas vendas e, sobretudo, na liberação de novos alvarás de construção. O crescimento em formato da letra “V”, tão desejado pelo ministro Paulo Guedes, no setor de incorporação virou realidade e já até superou esta fase.

No último trimestre móvel, encerrado em julho, as vendas de imóveis cresceram 25% em relação ao igual período do ano anterior, de acordo com o indicador mensal publicado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Apenas no mês de julho, o número saltou 58%, na comparação com o mesmo período de 2019, o melhor resultado mensal desde maio de 2014.

O bom momento do setor é reflexo de uma série de fatores, como a demanda retraída dos últimos anos e a busca da população por um imóvel que proporcione melhor qualidade de vida – em vista que, por causa da pandemia, as pessoas passaram a ficar mais tempo em suas casas. Mas, foi o cenário surpreendente de juros baixíssimos que mais estimulou os negócios do setor, seja para os investidores ou para as famílias que buscam realizar o sonho da casa própria.

A recuperação do mercado imobiliário brasileiro começou, de fato, no fim do segundo trimestre de 2020, com os imóveis destinados à população de baixa renda, o que inclui programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o recém-lançado Casa Verde e Amarela. Aproximadamente, 75% dos imóveis vendidos foram destinados para o segmento de baixa renda. Nesse caso, especialistas acreditam que a demanda é estrutural, de famílias que precisam dos imóveis para viver melhor.

A taxa Selic a 2% – o menor patamar da história -, somada às reduções das taxas de financiamento dos grandes bancos, atraiu os compradores para os estandes de vendas, mesmo no meio de uma pandemia. A Caixa, por exemplo, reduziu no começo de outubro o piso de financiamento imobiliário para 6,25% ao ano, com teto em 8%, mais a taxa referencial (TR). Com a mudança, a parcela inicial da prestação pode cair cerca de 25%. O grande déficit habitacional do Brasil, hoje de 7,8 milhões de moradias, também mostra que a demanda estava reprimida nos últimos anos.

Em 2019, as previsões já indicavam que 2020 seria um ano de recuperação para as incorporadoras, mas ninguém contava com uma pandemia que vitimasse dezenas de milhares de vidas e fragilizasse ainda mais uma economia que já não decolava desde meados de 2013. Com os estandes fechados e as pessoas entrando em confinamento, o estrago parecia inevitável. “O sentimento era horroroso, tanto que, em abril, as projeções para 2020 foram revisadas pela metade. Era um cenário de catástrofe, um sentimento muito ruim”, conta Enrico Trotta, analista de mercado imobiliário do Itaú BBA.

Confira aqui a reportagem completa.

Fonte: Veja

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