Investimentos do setor de mineração no Brasil foi um dos destaques durante o 96º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), entre os dias 11 e 14 de abril, na FEICON, em São Paulo.
O painel “Plano de investimentos no setor de mineração e o foco na redução das emissões” foi uma iniciativa da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC/CBIC), com o objetivo de levantar o debate sobre a relevância do setor na economia brasileira e apresentar às empresas que atuam no segmento um montante de oportunidades para os negócios, apontou o presidente da Comissão, Ilso José de Oliveira.
O setor da mineração tem apresentado crescimento nos últimos anos. Ainda que em amplo desenvolvimento, as exportações minerais já totalizaram 12% das exportações totais do Brasil, apontou o diretor de relações com associados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Alexandre Mello.
O segmento tem estimado maior investimento nos estados de Minas Gerais, Goiás e Pará, com previsão, para os próximos quatro anos, de US$ 50,04 bilhões em investimentos, um aumento de 24% na estimativa, segundo Mello.
Apesar da grande expectativa de investimentos para o país, Mello apontou a preocupação com o baixo investimento em pesquisa, que pode prejudicar um desenvolvimento mais acelerado no país. Apenas cerca de 4% do território apresenta mapeamento geológico em escala mais adequada para a mineração. “A justificativa da falta de investimento em pesquisas são os entraves ocasionados pelo setor. O investidor fica retraído para investimento em pesquisa mineral. O processo poderia ser mais simplificado, mais ágil”, apontou.
Nesse cenário, Mello destacou cinco principais desafios que o Brasil ainda precisa superar em relação à mineração.
- Fortalecer o orçamento da agência responsável pela regulação e fiscalização da mineração – a Agência Nacional de Mineração
- Combater o garimpo irregular e a lavra ilegal de minérios, que têm gerado severos impactos negativos à floresta e às comunidades, especialmente na Amazônia
- Virar o jogo em relação à destruição ambiental que a lavra ilegal produz
- Incentivar a pesquisa geológica em escala mais detalhada
- Assegurar acesso amplo a territórios, muitos dos quais apresentam restrições legais à atividade econômica
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduson-PA), Alex Carvalho, o setor da mineração pode ser um indutor de transformação. “O Brasil precisa ampliar as ações de pesquisa e desenvolvimento no setor mineral, além da capacitação de mão de obra a partir das escolas profissionalizantes”, apontou.
Para complementar o conteúdo apresentado sobre o tema, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Sérgio Pedreira, apresentou o protagonismo do estado na atividade. “A produção mineral da Bahia ocupa o 1º lugar em relação aos demais estados do Nordeste. Já são extraídas mais de 40 substâncias minerais, além disso, o estado é o maior produtor nacional de urânio, vanádio; o maior produtor nacional de cromo; e o segundo maior produtor nacional de quartzo”, destacou.
O 96º Enic é realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), conta com a parceria da FEICON; o apoio do Sesi e do Senai; e tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Sebrae, Mútua, Zigurat, Totvs, Mais Controle, CV, Sienge, Orçafascio, Kone, PhD Engenharia, Alto QI, Acate, Brain e Ingevity.
O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, da COIC/CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
Fonte Agência CBIC