PREFERÊNCIA POR IMÓVEIS DE PEQUENO PORTE

A expansão do mercado imobiliário ocorre em duas pontas: nas unidades compactas e nas destinadas às faixas de alta renda, com valor superior a R$ 1,5 milhão. As tendências ficaram evidentes na cerimônia de entrega do 26.º Top Imobiliário, promovido anualmente pelo Estado em parceria com o Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).

Em 2018, a cidade de São Paulo respondeu por uma terça parte do total de lançamentos de unidades residenciais do Brasil: 32,8 mil das 98,6 mil distribuídas pelo País. Segundo o presidente do Secovi, Basílio Jafet, o período mais forte foi o quarto trimestre do ano passado, quando foram lançados 56% do total de imóveis de 2018.

A recuperação do mercado imobiliário paulistano foi tratada como fato consumado, embora a velocidade do processo deixe a desejar. “Olhando só os números, vemos claramente uma tendência de crescimento”, enfatizou o diretor da Embraesp, Reinaldo Fincatti. Mas São Paulo é o único mercado com “sinais claros e efetivos” de recuperação, notou o presidente da Brasil Brokers Participações, Claudio Hermolin.

As tendências recentes evidenciam que persiste a perda de espaço da classe média no segmento imobiliário. Entre outros problemas, faltam recursos ou disposição de tomar crédito de longo prazo, evitando comprometer boa parte do orçamento familiar. É o resultado da fraqueza da atividade econômica, caracterizada pelo elevado desemprego e pela perda de renda das famílias.

A construção de imóveis destinados às faixas de baixa renda, em especial do programa Minha Casa Minha Vida, vem dando sustentação a inúmeras construtoras. Nos últimos três anos, 44% do total de moradias lançadas na capital foram destinadas às classes de menor renda familiar.

A aquisição de imóveis depende de crédito, setor que oferece boas notícias. No Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), os financiamentos ganharam força neste ano, com altas iguais ou superiores a 40% em relação aos mesmos períodos de 2018. A Caixa Econômica Federal (CEF), principal agente do crédito imobiliário, anunciou que expandirá suas operações no segundo semestre.

A oferta de crédito é essencial para preservar o otimismo enfatizado pelas construtoras.

Fonte: Estadão

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