POLÍTICAS PÚBLICAS EXIGEM CONVERGÊNCIA E INTEGRAÇÃO DE FORÇAS

A importância de uma estratégia integrada para superar os desafios da segurança do trabalho na indústria da construção civil foi um dos focos do painel de abertura do 4º Encontro Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, que reuniu 182 participantes na última quinta-feira (4), em Brasília, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio da sua Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), com a correalização do Sesi Nacional. O presidente da CBIC, José Carlos Martins, lançou a todos os atores envolvidos o desafio de juntos, já no dia 1º de janeiro, levarem ao governo e parlamentares eleitos uma pauta com propostas de consenso sobre questões de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Durante o painel, representantes de trabalhadores, empregadores e profissionais em segurança e saúde do trabalho do setor da construção, do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional), Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci), do governo, da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho conversaram por quase 2 horas sobre políticas públicas que possam conjugar e ampliar esforços de prevenção, educação, fiscalização, inovação e combate à informalidade para que vidas sejam poupadas e empresas gerem empregos seguros, sem perder competitividade. “Precisamos ser melhores empresas, não apenas para produzir mais, mas para gerar mais e melhores empregos”, afirmou Fernando Guedes Ferreira Filho, presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CPRT/CBIC). A saúde e a segurança do trabalho são os pilares deste novo momento em que o setor de construção tem de ser a âncora de desenvolvimento do País”, lembrou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. No debate sobre Políticas Públicas de Prevenção de Acidentes na Construção, mediado pelo jornalista Alexandre Gusmão, diretor da Revista Proteção, visões divergentes encontraram consenso em uma agenda única. Segurança no trabalho deve ser uma preocupação de todos, em todos os níveis, para que as políticas públicas efetivas evitem o pior: acidentes e mortes. “Não podemos falar apenas de competitividade das empresas, mas sobretudo de vidas humanas. O trabalhador precisa trabalhar sim, e trabalhar em condições dignas. É de fundamental importância trazer a discussão para o espaço sindical. Se uma empresa pode exigir qualidade do trabalhador, ela também tem de exigir segurança. Discutimos tudo isso em conjunto”, disse Wilson Geraldo Sales da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais (Feiticon-MG). Educação e Inovação na prevenção de acidentes foram outros temas de convergência. O Sesi desenvolveu nove centros de inovação em todo o País, onde estão estudando novas tecnologias para a saúde e segurança do trabalhador, explicou o gerente de Operações do Sesi-DN, Paulo Mól. “Nossa agenda social hoje não tem viés assistencialista, nem de lazer. Olhamos também para a eficiência e a produtividade. Acesso à saúde e qualidade de vida fazem parte das prioridades de empresas e dos trabalhadores que vivem no século do conhecimento e da inovação. O presidente da CBIC convocou as empresas a olhar para a inovação, sem perder de vista a vida real. Pediu ajuda no combate à informalidade e mostrou como a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Indústria da Construção (CANPAT Construção) tem sido demandada pelas entidades em todo o território nacional. “Encontros como esse servem para aglutinar, unir, trazer pessoas para conversar. Essa é a nossa força”, disse. O governo federal anunciou, no debate que vai criar uma Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho na Construção Civil até o fim do ano. O diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, Kleber Pereira de Araújo e Silva, pontuou diversas iniciativas governamentais que visam diminuir distâncias entre os campos de trabalho formal e os que acontecem na informalidade. “Doenças e acidentes de trabalho custam R$ 200 bilhões ao Brasil. Um país que está com déficit econômico e na previdência não pode se dar ao luxo de arcar com esse prejuízo anualmente. Esta é uma preocupação importante, pois onera o sistema de saúde. Prevenção não pode ser vista como custo, mas como investimento”, afirmou.   Fonte: CBIC

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