Publicada, no dia 30 de setembro, a revisão da ABNT NBR 6120 – Ações para o cálculo de estruturas de edificações, que estabelece as ações mínimas a serem consideradas no projeto de estruturas de edificações, qualquer que seja sua classe e destino, salvo os casos previstos em Normas Brasileiras específicas (ABNT NBR 6123, ABNT NBR 15421, ABNT NBR 14323 e ABNT NBR 15200). Esta revisão cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 6120:1980 Versão corrigida:2000). O assunto tem interface com o projeto ‘Tecnologia e inovação na indústria da construção’ do convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Segundo o coordenador dos trabalhos de revisão da norma, eng. João Vendramini, uma das alterações do texto diz respeito a sua nova formatação com a inclusão de termos, definições e simbologia, de forma a adequá-la às demais normas pertinentes. “Todas as tabelas de peso específico dos materiais de construção foram revistas e checadas, assim como as tabelas de ações permanentes, que também foram ampliadas. As ações permanentes de materiais de armazenagem foram revistas e ampliadas e passaram a ocupar um anexo específico, devido à sua extensão”, explicou.
As tabelas de ações variáveis, consideradas as “estrelas“ da norma, também foram completamente revistas, de acordo com Vendramini, tendo todos os seus valores checados com normas internacionais e adaptados à realidade brasileira, além de serem ampliadas com a inclusão de ambientes omissos na versão de 1980. “Incluímos uma tabela de forças horizontais em guarda-corpos e barreiras de proteção de pessoas, cujas prescrições antes estavam espalhadas por diversas normas, dificultando a correta aplicação das cargas nos projetos. Incluímos um capítulo de cargas em coberturas (telhados) inexistente na versão anterior”, frisou.
Outra alteração importante, segundo o engenheiro, é com relação às ações de veículos. “Após uma grande pesquisa dos veículos autorizados a trafegar em território brasileiro, foi desenvolvida uma categorização das garagens e demais áreas de circulação, a bem de classifica-las áreas de acordo com o tipo de transporte que ali trafega e, por conseguinte, especificar cargas diferentes para cada categoria. Foram definidas forças horizontais devido ao impacto de veículos em pilares e barreiras e incluída uma tabela de cargas decorrentes da ação de empilhadeiras, para obras comerciais e industriais, nas quais este tipo de veículo é bastante comum”, destacou.
Vendramini afirma ainda que, da mesma forma, “foram estudados os helipontos, sua classificação conforme o Ministério da Aeronáutica e os carregamentos pertinentes de acordo com o tipo de helicóptero que pode ali pousar e as ações decorrentes passaram a ocupar um capítulo específico na norma”.
Já para os edifícios comerciais, industriais, centros de distribuição, logística e afins, foram estabelecidas cargas de atuação nos pavimentos, item inexistente na versão de 1980 e que muito poderá ajudar os projetistas estruturais na falta de informações mais específicas de seus clientes. “O capítulo de redução de cargas variáveis foi reescrito de forma a se tornar mais claro e explicativo, apresentando também uma pequena revisão conceitual”, finalizou Vendramini.
A Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) por meio de seu Grupo de Acompanhamento de Normas Técnicas (GANT), monitorou e divulgou o status do projeto, as reuniões que aconteceram para sua revisão, a sua Consulta Nacional e recentemente sua publicação no Portal de Normas Técnicas da entidade.
Para acompanhar as alterações de normas técnicas do setor da construção acesse o Portal de Normas Técnicas da CBIC. As ações do GANT estão contidas no Projeto Gestão das Normas Técnicas do setor, uma iniciativa da CBIC e do Senai Nacional.
Fonte: Agência CBIC
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