Motivado pelos juros em baixa e os sinais de melhora da economia que começaram a ser sentidos no fim de 2019, o mercado imobiliário está confiante na retomada dos lançamentos e, consequentemente mais geração de empregos, em 2020. De acordo com levantamento feito pela Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (AditBrasil), 91% dos quase 200 empreendedores ouvidos em todo o País pretendem investir neste ano, sendo 35% deles em imóveis residenciais sobretudo no médio e alto padrão (81%).
Boa parte desse otimismo vem da atual taxa de juros praticada pelos bancos. Além dela, o setor se baseia na confiança do consumidor (que ainda vive uma incerteza), na segurança jurídica para os contratos e na retomada do mercado de trabalho, que tem se dado ainda de forma gradativa. “A perspectiva é positiva sem dúvida nenhuma e motivada pela baixa dos juros e melhora geral da economia. Esse é o primeiro passo e, a partir daí, esperamos que se traga emprego de volta e renda, assim como a confiança do cliente”, diz o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE).
De fato, a redução dos juros tem ditado um certo entusiasmo ao mercado imobiliário. Se de 2015 a 2017, os juros alcançavam a casa dos dois dígitos, hoje as taxas estão em um dígito e fomentam maior competitividade entre os bancos. O ano de 2019 fechou com Selic em 4,5%, enquanto as taxas de juros estão em média na casa dos 7%. “É fato que a recuperação no Nordeste, especialmente em Pernambuco é mais lenta. Nós estamos numa região mais pobre, economicamente menos pujante, mas o otimismo é bem parecido. O ano de 2020 vai ser melhor que 2019, isso é uma perspectiva que a gente tem bem sólida. Não fechamos ainda o índice de Velocidade de Vendas (IVV) de 2019, mas o que temos até então do ano passado ainda não retrata essa melhora, porque mostra as vendas de praticamente o estoque. No fim do ano foi que viemos ter alguns poucos lançamentos, e estamos esperando um movimento mais forte para ser feito agora, depois do Carnaval”, complementa Vilaça.
O último IVV, de novembro, apresentou uma queda de 1,3 ponto percentual na passagem de outubro (5,80%) para novembro (4,5%). Os resultados daquele mês mostraram recuo no índice, sugerindo que a recuperação do setor permanece em curso e gradual, segundo a Fiepe, responsável pelo estudo. Embora o resultado do fim do ano ainda não tenha saído, para o período entre novembro e janeiro, a expectativa era de ainda um impacto negativo por se tratar de meses de baixa atividade para o setor.
Mesmo assim, algumas construtoras já sentiram mudanças e estão apostando na retomada mais sólida no alto padrão.
De acordo com a Sondagem Indústria da Construção de dezembro de 2019, realizado pela CNI e pela CBIC, há expectativa de crescimento ainda no primeiro semestre também trará aumento no número de empregados, além do surgimento de novos empreendimentos e serviços. Pelas constas das instituições, o setor deve crescer ainda 3%, o que representa um potencial de criação de mais de 150 mil postos de trabalho e de 500 mil empregos indiretos este ano.
Fonte: Portal JC Online
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