JUNTOS PODEMOS SEMPRE MAIS (Artigo de Carlos Alberto Moura, Presidente do Sinduscon-GO)

Já dizia a sabedoria popular: “Falar é fácil. Difícil é fazer”. No atual cenário no qual o Brasil está inserido, seja no aspecto político, social ou moral, essa afirmação cai como uma luva. Infelizmente. Presenciamos algumas manifestações solitárias de inconformismo, mas nada que se compare ao comodismo que assola a grande maioria da população. Com tristeza, constatamos que muitos falam, opinam, até sinalizam soluções, mas poucos são os que, de fato, tomam a iniciativa de fazer acontecer. Seja por desmotivação ou simplesmente pessimismo, a postura de aceitação vai abrindo alas para atitudes que denigrem a imagem de nosso país e comprometem o futuro de nossos filhos e netos. Mais triste do que perceber que falta coragem e comprometimento é presenciar pequenas porções de corrupção, enraizadas no dia a dia do cidadão brasileiro. Ao pedir alívio da multa, cortar a fila do banco, estacionar na vaga do deficiente ou idoso, cada um contribui negativamente para que o espírito do “jeitinho” se perpetue em nossa já tão deturpada cultura. São atitudes que afastam de nossa realidade o sonho de um país melhor e mais justo. Enquanto não houver o engajamento individual, muito ou quase nada poderá ser feito para que passemos a caminhar rumo a uma nova realidade. Se não acordarmos rápido, poderemos deixar passar a chance de mudança, ou adiá-la para um futuro ainda mais distante. É preciso que as pessoas saibam que a participação individual na construção de uma nova realidade é, sim, de extrema importância, e que as pequenas porções de gestos de comprometimento e otimismo podem fazer toda a diferença para a formação de uma nova mentalidade nas próximas gerações. Mais do que falar, é preciso colocar em prática novas atitudes e começar a movimentação rumo a uma nova história. Se cada um de nós assumir o compromisso de mudar e passar o exemplo a seu grupo de convivência, podemos iniciar a formação de uma nova mentalidade, plantando uma semente que dará frutos em um amanhã próximo. Mas é preciso saber e querer dar o primeiro passo. É em casa, entre os familiares, que podemos começar a semear a esperança de mudança. Ensinar mandamentos de respeito e proatividade é um começo promissor. As eleições, sejam para conselho tutelar, direção da escola, síndico de prédio, prefeitura ou Presidência da República, também representam um meio valiosíssimo de expressar o desejo de mudança. Votar por votar, sem expressar a sede por uma nova realidade, de nada vai contribuir para fazer melhor o lugar onde vivemos. Ao contrário do que muitos pensam, um voto pode fazer toda a diferença. Só assim, encontraremos formas de fazer acontecer. É preciso ter a consciência de que existem pessoas que compartilham o mesmo desejo de inovação e renovação. Outra forma de fazer valer nosso direito de cidadão, que paga impostos e que tem direitos, muitas vezes ignorados em detrimento de interesses individuais dos governantes, é participar, ativamente, da construção de novas formas de interferência. Novos meios de transformação estão disponíveis e bem ao alcance de nossas mãos, embora uma parcela grande da sociedade sequer tenha conhecimento disso. Além de fazer valer seu poder de escolher quem vai ser o seu representante nas variadas esferas de poder, o cidadão pode apontar as demandas de sua comunidade, seja aproveitando o espaço na mídia, por meio de redes sociais, ou mesmo optando por representar a sua organização social, sendo sua voz perante a quem tem o poder de fazer. O Conselho de Desenvolvimento Estratégico, Sustentável e Econômico de Goiânia (Codese), com menos de um ano de fundação, é uma dessas ferramentas. Por meio dele, muitos podem contribuir a apontar demandas, ajudando a construir uma cidade melhor. O problema da falta de asfalto ou de vagas em creches, por exemplo, pode ser levado ao Codese, que tratará o tema de maneira macro e profunda, apresentando estudo técnico para solução de tal demanda e, mais do que isso, cobrando do poder público uma solução. A ponte é representada pelo trabalho das câmaras técnicas, especializadas em temas diversos, como mobilidade, educação, saúde, turismo e negócios, entre outros, capazes de analisar temas específicos e apresentar projetos viáveis para soluções dessas demandas. Formado por entidades comprometidas com o desenvolvimento de Goiânia, como Acieg, Ademi, ADU, Ahpaceg, CDL, FCDL, Fecomércio, Fieg, Observatório Social, Sebrae, Sinroupas, Secovi, Sepego, Sinduscon e Faeg, o Codese é, acima de tudo, mais uma forma de o cidadão participar da construção de uma Goiânia melhor, fazer sua parte, encontrando uma forma de fazer ouvir a sua voz. O espírito do Codese é justamente esse: unir as forças da comunidade e das entidades organizadas para ser um instrumento de mudança. Nele, estão reunidas entidades com muita força de transformação. A meta de transformação é o que norteia quatro grandes projetos já em andamento no Codese, na área econômica, urbanística, de gestão e desenvolvimento humano, que ganharão corpo e forma justamente com a contribuição de cada cidadão. Se juntar a essa luta é fazer com que a voz isolada do morador da periferia abandonada ou da mãe que não consegue atendimento médico para o filho ganhe ressonância e chegue aos ouvidos de quem tem meios reais de fazer acontecer. Ficar calado, porém, não é, nem de longe, uma boa estratégia. A mudança está ao nosso alcance. Juntos, temos um poder transformador imensurável. Basta querer, acreditar, unir e agir. (Carlos Alberto Moura é engenheiro, empresário e presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon). Artigo publicado no Jornal O Popular, 04/03/2016)

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