IMÓVEIS DE ALTO PADRÃO SÃO INVESTIMENTOS CERTOS A LONGO PRAZO

Adquirir um imóvel de luxo pode parecer uma decisão arriscada, mas a alta rentabilidade do investimento coloca esse mercado entre os mais seguros e menos voláteis do momento, crescendo 20% ao ano. Sendo um dos poucos setores não atingidos pela crise, os lançamentos de imóveis com valores superiores a R$ 1,5 milhão foram os que registraram maior aumento em 2018, com variação de 142% em relação a 2017. Já as vendas cresceram 92% nesse mesmo período. Os dados são da análise anual realizada pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

O bom resultado também pode ser visto no mercado imobiliário para a revenda de apartamentos considerados de médio alto e alto padrão. Números da mesma pesquisa mostram que, em 2018, a procura e o valor do metro quadrado de imóveis usados com valores que variam entre R$ 800 mil (100 m2) e R$ 2 milhões (200 m2) também aumentou. Detalhe: 57% das vendas foram realizadas à vista. Já no primeiro trimestre de 2019, as vendas de imóveis secundários de alto padrão fecharam com alta acumulada de 13%, de acordo com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP).

Ativo seguro

“O mercado de imóveis secundários de alto padrão é considerado um investimento certo, principalmente pela garantia de liquidez que oferece, uma vez que imóveis desse nicho não perdem valor ao longo do tempo”, explica João Vianna, cofundador da Loft, startup especializada nesse tipo de transação. Mesmo em período de estagnação econômica, investir em imóveis de alto padrão representa uma boa opção para investidores que buscam segurança e alta rentabilidade.

Segundo Vianna, bairros bem localizados e sem muito espaço para novos empreendimentos, apartamentos fora de grandes vias, com sacadas, pé-direito alto, planta generosa e mais de uma vaga na garagem são algumas das características que ajudam a valorizar um imóvel. Outros fatores, como área de lazer completa e segurança também influenciam no preço e garantem valorização.

Apartamentos de alto padrão já prontos têm ainda a vantagem de apresentar um ciclo de investimento muito mais curto e, portanto, mais rentável se comparado com imóveis de luxo adquiridos na planta, que podem levar até sete anos para a entrega das chaves. “Mesmo em um cenário de risco, imóveis com esse perfil ainda possuem uma grande reserva de valor e têm liquidez no momento da venda e da compra.”

O interesse nesse nicho de atuação tem crescido no cenário internacional com a presença de um novo tipo de intermediário, chamado de iBuyer – startups que, do termo em inglês instant buyer, oferecem um modelo de transação imediato e automatizado, com o objetivo de reduzir o desgaste no processo de negociação. Um exemplo é a Opendoor, unicórnio (startups avaliadas em um bilhão de dólares ou mais) criado no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Por meio de sua plataforma, a empresa revende imóveis usados e cobra comissão de 6,5%.

No Brasil, a Loft é a primeira a se inspirar nesse conceito. Porém, como explica o fundador, seu negócio vai além. “Diferente de uma iBuyer, que foca em melhorar a experiência do vendedor, trabalhamos em todas as frentes para evitar problemas que antes poderiam alongar ou dificultar as decisões”, afirma João Vianna.

Com um modelo de atuação novo no País, a Loft compra, reforma e vende apartamentos, todos eles modernizados e padronizados de acordo com o bairro e o perfil da casa ou do apartamento. “Caso a venda seja realizada enquanto a obra ainda está em andamento, por exemplo, o cliente pode inclusive opinar nos acabamentos e modificações”, explica o fundador.

Antes de começar a atuar em um determinado bairro, a empresa levanta todas as matrículas de imóveis da região para inserir as informações no seu banco de dados e ter uma avaliação precisa sobre o valor. Com o uso de tecnologia e inteligência artificial, a startup monta um modelo de precificação que leva em conta mais de 50 critérios, garantindo que o processo de venda e compra de um imóvel seja o mais tranquilo e assertivo possível.

“Acredito que essa é uma grande vantagem frente ao processo comum, pois a precificação está entre as etapas mais estressantes nessa jornada”, conta Vianna. “Além disso, nosso modelo de negócio também envolve um entendimento mais profundo dos problemas específicos de vendedores, corretores e compradores.”

Comercializando apartamentos a partir de R$ 1 milhão, a Loft atua em quatro bairros de São Paulo: Itaim, Jardim Paulistano, Jardins e Vila Nova Conceição, mas tem planos de expansão já nos próximos meses para Higienópolis e bairros do Rio de Janeiro. Em menos de um ano de atuação, a empresa já levantou quase R$ 500 milhões em investimentos e hoje está avaliada em R$ 1,5 bilhão.

Fonte: Estadão

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