ÉTICA, INSUMO BÁSICO PARA O SUCESSO DOS NEGÓCIOS

Tão fundamental para a vida quanto o ar que respiramos, os princípios e valores que regem o comportamento humano constituem o norte para a sobrevivência e competitividade no mundo dos negócios. A ética é algo tão antigo e universal que naturalmente deveria integrar o DNA das organizações empresariais desde sua fundação, sustentando-as em padrões de conduta ao longo de sua existência. A necessidade de manutenção desses princípios e valores em todos os campos tem ficado ainda mais palpável no Brasil contemporâneo por conta dos diversos atos escusos denunciados pela mídia em várias esferas de atuação. Os cidadãos acompanham de perto, indignados e com interesse redobrado, exigindo a apuração dos fatos e a punição nos casos envolvendo corrupção, suborno, pagamento de propinas e outros tantos desmandos. Para inibir atos ilícitos em sua essência, foi sancionada em agosto de 2013, com vigência a partir de fevereiro do ano passado, a Lei Anticorrupção número 12.846, que pune pessoas jurídicas envolvidas em episódios de corrupção com a administração pública. A nova legislação prevê que empresas, fundações e associações de pequeno, médio e grande porte passem a responder judicial e administrativamente por ações de seus funcionários ou representantes que, de alguma forma, causem prejuízos ao patrimônio público – por meio da corrupção de agentes públicos, de fraudes de licitações e contratos. Além de penalidades severas, aplicação de multas e suas consequências financeiras, esta Lei facilita condenações, vez que não é mais necessário comprovar que houve a intenção do ato ilícito por parte da empresa: a comprovação de corrupção já será suficiente. Participando ativamente das discussões que afetam a sociedade, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) elaborou e lançou recentemente o projeto Ética e Compliance na Construção, sugerindo um plano de ações concretas, com compromissos e metas a serem alcançados nas organizações. O projeto visa a sensibilizar o setor e a dar suporte aos empresários para a gestão da ética a fim de fazer cumprir as normas legais e regulamentares (compliance), as políticas de boas práticas de responsabilidade social e as diretrizes internas estabelecidas para o negócio. A intenção é disseminar conceitos, valores e princípios éticos de maneira preventiva, com vistas ao engajamento das empresas na causa. Afinal, discutir ética é percebê-la, é enraizar a sua gestão na própria cultura das organizações, como bem enfatiza o documento da CBIC. O trabalho em questão objetiva o fortalecimento dos relacionamentos das empresas com seus públicos de interesse, contribuindo para que a atividade seja um legado às gerações futuras. Porque para garantir a permanência no mercado e continuar suas operações, a boa reputação do negócio é o seu maior bem, e violar a credibilidade é sentença de morte, no mínimo um dano estratégico irreparável. Não há outra opção se não a integridade, a transparência e o agir em conformidade com a legislação vigente e os padrões de conduta ética estabelecidos. Na prática, a CBIC sugere às organizações alguns mecanismos de controle e acompanhamento das atitudes das pessoas em todos os escalões da empresa. Como ponto de partida, por exemplo, o estabelecimento de um código de conduta e de um comitê de ética para identificar qualquer desvio, irregularidades ou procedimentos fora dos padrões, e mitigá-los. A observância desses princípios e valores depende do real comprometimento do alto escalão e do engajamento de toda a equipe de colaboradores. Todos têm que incorporar essa conduta. E aí não cabem exceções. Esperamos que os dois lados enfrentem as justas consequências dos seus atos.   Carlos Alberto de Paula Moura Júnior é empresário e presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO)  

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