EM AUDIÊNCIA NO CONGRESSO, CBIC CRITICA LIBERAÇÃO DE SAQUES DO FGTS

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, criticou a medida do governo que libera o saque das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A declaração foi feita em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, na quinta-feira (15).

“Estão tirando recursos do investimento para o consumo. O FGTS é uma das raras poupanças que o Brasil tem. A gente insiste que os recursos do fundo sejam destinados para a geração de empregos formais. Com R$ 40 bilhões investidos no setor da construção civil seria possível construir 400 mil casas e gerar 400 mil empregos imediatos”, afirmou Martins.

Para o presidente, o saque de R$ 500 por conta e a possibilidade de retirada de recursos anualmente (saque-aniversário) não contribui para o crescimento da economia, nem para geração de emprego. Ele afirmou que a medida prejudica o setor da construção civil, um dos beneficiários dos recursos do fundo na construção de casas, por intermédio do programa Minha Casa Minha Vida.

Martins também criticou a decisão da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, que aprovou ontem o projeto de que permite ao trabalhador sacar o FGTS para pagar curso de educação superior e cirurgias essenciais à saúde. O texto segue para a Câmara dos Deputados.

“De repente virou um posto Ipiranga. Quando alguém precisa de alguma coisa, vai ao FGTS, vai lá e retira”, afirmou Martins. “Fizemos um levantamento e existiam no Legislativo 450 projetos de lei que desvirtuavam o uso do FGTS. Cada vez que vem uma norma que trata do outro uso do FGTS tiramos um balde de água de um setor. Hoje, só no Minha Casa Minha Vida, são 500 mil empregos”, comentou.

Sobre os atrasos nos repasses feitos pela União para construção das habitações construídas na faixa 1, destinada às famílias que ganham até R$ 1,8 mil por mês, no Minha Casa Minha Vida, o presidente da CBIC explicou que os pagamentos, que eram feitos em até dois dias, agora demoram mais de 60 dias, afetando o capital de giro das construtoras. Os empresários estimam a dívida em R$ 470 milhões.

“Hoje estamos na iminência (de quebrar), são 500 empresas afetadas, 900 empreendimentos, 200 mil trabalhadores que correm o risco de perder seus empregos. As empresas não estão mais aguentando, não temos fôlego para esse tempo”, alertou.

A notícia foi destaque em grandes portais e jornais como O Globo, Valor Econômico, Folha de São Paulo, UOL e Correio Braziliense.

Fonte: Agência CBIC

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