O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, subiu 1,5 ponto em outubro, ao passar de 80,3 para 81,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice se mantém estável.
“O distanciamento dos dias conturbados de maio e a proximidade de mudança no cenário político parecem estar contribuindo para a recuperação da confiança do empresário da construção. Houve uma redução do pessimismo em grande parte dos segmentos setoriais, associada às expectativas de demanda para os próximos meses. A carteira de contratos das empresas cresceu, recuperando o patamar de 2015, o que deve sustentar a melhora da atividade nos próximos meses”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.
Em outubro, a alta do ICST foi influenciada tanto pela melhora da situação atual quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,6 ponto, atingindo 73 pontos, o maior nível desde junho de 2015 (74,2 pontos). A maior contribuição para o resultado favorável no mês veio da percepção de melhora dos empresários sobre a situação atual da carteira de contratos, cujo indicador aumentou 0,9 ponto, ao passar de 70,8 para 71,7 pontos, o maior nível desde junho de 2015 (73,9 pontos).
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 2,3 pontos, subindo para 91,0 pontos, retornando ao nível de julho desse ano. Os dois quesitos que compõem o IE-CST apresentaram evolução positiva, com destaque para o indicador que mede demanda prevista para próximos três meses, que subiu 2,9 pontos para 92,7 pontos, retornando ao patamar próximo ao período pré-crise.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor caiu 0,4 ponto percentual, para 66,0%. Os indicadores desagregados dos Nucis para Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos também tiveram variações negativas, -0,4 e -0,5 ponto percentual, respectivamente.
Fatores limitativos à melhora dos negócios
Entre os fatores que estão limitando a melhora do ambiente de negócios, demanda insuficiente é citada por 51,5% das empresas do setor e listada como o principal problema desde agosto de 2014.
Neste quesito, são listadas dez opções de fatores limitativos. No entanto, é reservado um espaço de respostas livres para que os empresários descrevam “outros” problemas não listados anteriormente. Esse grupo foi assumindo maior relevância nos últimos anos, alcançando 24,4% das assinalações em outubro. Assim, a partir das respostas livres, a FGV IBRE agregou em grupos temáticos e apresenta, no gráfico abaixo, os fatores que os empresários mais apontam como sendo limitativos à melhora dos negócios.
O Cenário Econômico é apontado por 51,8% dos empresários, sendo seguido por Incerteza Política e Carência de Investimento, com 26,2% e 7,1%, respectivamente. “O baixo crescimento da economia é o aspecto que mais se sobressai e impede um ritmo de recuperação mais forte para os investimentos na construção”, comentou Ana.
Fonte: FGV
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