A Caixa Econômica Federal baixou os juros e anunciou, quarta-feira (12/02), novas linhas de crédito para as empresas do setor da construção civil. Na modalidade tradicional, atrelada à Taxa Referencial (TR), atualmente zerada, a taxa mínima cobrada de clientes do banco caiu de 9,25% ao ano para 6,5% – queda de 27,78%. Já o percentual máximo, para quem não tem relacionamento com a Caixa, baixou de TR + 13,25% para TR + 11,75% ao ano.
Além disso, as construtoras terão acesso a modalidades de empréstimos com índices de correção diferenciados, como o Certificado de Depósito Bancário (CDI), mais próximo à Selic (taxa de juros básica da economia), atualmente em 4,25% ao ano, além do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), já ofertado aos consumidores desde agosto.
No caso do IPCA, a taxa será de 3,79% ao ano mais inflação para clientes pessoas jurídicas e para os demais, sem relacionamento com o banco, de 7,80% ao ano mais o índice de preços. No caso do CDI, serão duas opções: entre 119% e 194% (do CDI) e CDI mais 1,48% ao ano. Será dado prazo de carência para as construtoras de até 12 meses e elas terão 36 meses para construir novas unidades. As medidas entrarão em vigor em 17 de fevereiro.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, admitiu que a taxa cobrada das empresas pelo banco é “de longe” a mais alta do mercado. Um dos objetivos é atrair construtoras que tomam empréstimos na concorrência. A carteira de pessoa jurídica representa apenas 30% do volume total de financiamentos da Caixa. A meta é alcançar os 70% da carteira de pessoas físicas.
– Isso é extremamente agressivo – disse o presidente da Caixa, acrescentando que o banco se prepara para fazer em março a primeira operação de securitização (venda) de carteira de crédito imobiliário atreladas ao IPCA.
Ele disse também que o banco quer aproveitar o movimento de abertura de capital das empresas da construção civil para ampliar a oferta de crédito. A modalidade atrelada ao IPCA era uma demanda do setor, destacou.
Guimarães mencionou que a Caixa reduziu “sensivelmente” os juros para pessoas físicas no ano passado, mas que as empresas ficaram de fora.
Segundo o vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Mahl, as medidas vão estimular a construção de novas unidades e gerar empregos. O setor da construção é considerado um dos mais dinâmicos da economia.
Na próxima semana, a Caixa lançará a nova linha de financiamento habitacional com juros fixos para pessoa física. O pacote anunciado nesta quarta-feira terá efeitos nos financiamentos com recursos da poupança, segmento no qual a Caixa perdeu mercado. Já as condições das linhas do FGTS dependem do Conselho Curador.
Fonte: O Globo
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