O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), José Romeu Ferraz Neto, afirma que o corte de R$ 4,8 bilhões no programa Minha Casa Minha Vida, anunciado nesta segunda-feira (14) pelo governo, deve fazer com que a estimativa de diminuição de vagas no setor em 2015 aumente ainda mais. O executivo destacou que as estimativas do Sinduscon-SP em agosto apontavam para a extinção de 485 mil postos de trabalho neste ano, passando para 505 mil empregos em setembro. "Não posso garantir que vá aumentar, mas a tendência é de aumento. Ao invés de ter mais incentivo, mais recursos para o setor gerar emprego, tiram recursos", disse Ferraz Neto, destacando que ainda não é possível afirmar qual será o efeito exato da medida para o setor. "Novamente, parecem não ter entendido que vai haver demissão no setor neste ano." O presidente do Sinduscon-SP ainda ressaltou que, além da mudança no Minha Casa Minha Vida, a construção civil também é afetada pelo corte de R$ 3,8 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Afeta bastante o programa. No dia 10, foi revelado o MCMV3. Tivemos a reunião, mas sem nada de consistência. Menos de uma semana depois, vem o corte", disse o executivo. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também declarou que os novos cortes de investimentos anunciados ontem pelo governo são "extremamente preocupantes" para o setor, que desde o ano passado tem enfrentado redução de empreendimentos, atrasos de pagamentos e sucessivas demissões. "Nos preocupam muito esses novos cortes, porque continuamos sem atacar o problema principal, que é o gasto público obrigatório", disse José Carlos Martins, presidente da CBIC. "É extremamente preocupante tudo isso. Neste ano devemos perder 500 mil empregos no setor. São 2 milhões de pessoas que deixarão de ter sustento porque a máquina do governo não para de gastar e não faz investimento." Segundo Martins, o setor de construção civil iniciou 2015 com cerca de 3 milhões de trabalhadores, depois de sucessivos cortes de folha ocorridos no ano passado. "A tendência é de que o cenário fique ainda pior neste ano, porque nada mostra o contrário. Estou há 42 anos neste setor, nunca vi nada igual", disse o presidente da CBIC. (Fonte: O Estado de S. Paulo)
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