Uma das boas novidades para o mercado imobiliário – que começou o ano embalado pelos resultados positivos de 2019 – não vem das construtoras ou seus lançamentos, mas das instituições bancárias, e deverá beneficiar principalmente os consumidores, que passam a ter mais opções de linhas de financiamento.
No embalo da Caixa Econômica Federal (CEF), que lançou em fevereiro uma nova opção com taxa fixa de juros, o Bradesco também ampliará as linhas de crédito. "O banco está desenvolvendo as linhas com correção em IPCA e prefixado e deve colocá-las à disposição dos clientes ainda este ano", adiantou a assessoria do Bradesco em nota à reportagem de A TARDE, sem anunciar, contudo, a data de início das novas operações.
A nova linha da CEF ampliou o leque de opções da instituição que já havia lançado, em agosto de 2019, de forma pioneira, a opção de atualização do saldo devedor do crédito imobiliário pelo IPCA, com taxas de juros a partir de 2,95% ao ano. Especialistas apontam que a principal vantagem da taxa prefixada é a previsibilidade, e a principal desvantagem é se tratar de uma taxa de juros maior que a dos financiamentos tradicionais.
"O cliente precisa fazer conta para calcular o risco e realizar um comparativo entre as taxas de juros e uma previsão da TR (referencial do mercado). O financiamento pela taxa prefixada conta com juros maiores, mas o cliente terá a garantia de quanto irá pagar do início ao fim do contrato", explica a advogada especialista em economia da construção e financiamento imobiliário Daniele Akamine.
"É importante lembrar que, apesar de a TR estar zerada, ela pode ser alterada. Nos últimos 10 anos a taxa média foi de 0,007024% ao ano, tendo o seu pico em 2016, quando alcançou 2,01%", compara Daniele.
A especialista afirma que só vai valer a pena para o cliente que "não tiver nenhum apetite para o risco" e avalia que a alta taxa de juros vai restringir o público potencial. "É importante ressaltar, ainda, que para o cliente ser elegível a essa linha de financiamento ele precisa ter uma renda superior, visto que, como a taxa de juros é maior, a prestação inicial também será superior. Logo, será uma linha mais acessível para o público com renda superior".
Mesmo com vantagens e desvantagens, a diversificação das linhas de financiamentos é considerada um marco no setor. "Não estamos mais limitados somente às linhas de crédito imobiliário atualizadas pela TR", afirmou o presidente da CEF, Pedro Guimarães, no lançamento da nova linha de crédito. No mercado baiano, a iniciativa também foi comemorada. "A nova alternativa de crédito da Caixa vem para revolucionar o nosso segmento, em uma iniciativa arrojada e comprometida com o crescimento do país", escreveu em recente artigo para o A TARDE o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Cláudio Cunha.
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Fonte: A Tarde
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