A construção imobiliária contribuiu para o primeiro resultado positivo da construção civil em cinco anos, de acordo com os dados das Contas Nacionais, divulgadas nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2019, o setor teve avanço de 1,6% em comparação a 2018. O resultado da construção, que incluiu ainda urbanismo, estradas e infraestrutura, permanece tímido, porém, diante das perdas do setor nos últimos anos. O PIB da construção recuou fortemente em 2014 (-2,1%), em 2015 (-9%), em 2016 (-10%), em 2017 (-9,2%) e em 2018 (-3,8%).
No quarto trimestre de 2019, entretanto, a construção registrou queda de 2,5% sobre o terceiro trimestre, feitos os ajustes sazonais.
Dados do desempenho do crédito imobiliário em 2019, divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), já indicavam alta de 37% nos financiamentos imobiliários com recursos da Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Embora o índice FipeZap, que compara preços de imóveis em anúncios pela internet, não tenha registrado melhora nos preços de empreendimentos comerciais e residências, o financiamento imobiliário vêm crescendo, tanto para pessoas físicas, como para as incorporadoras.
Um dos fatores que contribuiu para isso foi a queda na taxa de juros, que acabou deixando o crédito mais barato para construtoras e consumidores. Outro indicativo de investimentos na área é o nível de confiança do empresário da construção subiu em janeiro para maior nível desde maio de 2014.
Levantamento do Registro de Imóveis do Brasil, realizado com dados de cartórios, também apontou que o número de registros de compra e venda de imóveis subiu 9,7% em São Paulo e 9,2% no Rio de Janeiro, no acumulado de janeiro a novembro de 2019, em relação a igual período de 2018.
O setor imobiliário é uma das apostas do mercado financeiro para 2020. Depois de anos de estagnação, ele volta ao foco, por estar ligado ao crescimento da economia e demanda doméstica.
Em janeiro de 2020, foram financiados 27,9 mil imóveis, alta de 38,9% em um ano, mas queda de 11,9% em relação a dezembro. Mas com projeções cada vez mais modestas para o PIB deste ano, as expectativas podem não se alinhar com a realidade.
De acordo com Confederação Nacional da Indústria, a atividade no setor teve avanço em fevereiro, com 3,5 pontos acima do registrado em janeiro de 2019, mas continua abaixo dos 50 pontos, o que indica que segue em retração.
Fonte: Valor Econômico
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