O Itaú Unibanco estrutura em conjunto com algumas construtoras uma nova linha de crédito imobiliário com taxa de juros atrelada à caderneta de poupança, algo inédito no País, apurou o Estadão/Broadcast. O trabalho envolve apenas algumas construtoras do primeiro escalão, como Cyrela, Eztec e Trisul e está sendo tocado pelo braço de atacado da instituição, o Itaú BBA.
A primeira fase deve envolver em torno de dez projetos. Ao todo, estima-se que o banco vai liberar cerca de R$ 1 bilhão à nova linha, segundo fontes, na condição de anonimato. O anúncio da modalidade está previsto para ocorrer nos próximos 15 dias. Em um primeiro momento, os financiamentos serão destinados a construtoras e incorporadoras, o chamado ‘plano empresário’.
Retomada pós-pandemia
A modalidade vai ao encontro de um pleito da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Em um plano para o pós-crise, a entidade, que representa as maiores incorporadoras do País, levou recentemente ao Banco Central (BC) a proposta de criação de uma nova linha de financiamento para a compra de imóveis, com a taxa de juros atrelada à remuneração da caderneta de poupança em uma tentativa de reduzir as taxas de juros do mercado imobiliário.
No caso do Itaú, maior banco da América Latina, o foco, ao menos por ora, são as construtoras. A torcida do setor, entretanto, é de que a nova modalidade seja oferecida futuramente também para as pessoas físicas, dando uma nova injeção de ânimo às vendas passada a crise gerada pelo covid-19.
Batizada de Poupança Mais, a nova linha oferecerá uma taxa de juros composta pela remuneração da poupança mais um spread, a diferença entre o custo da captação e o valor emprestado, que deve ser em torno de 3% ao ano, calculam fontes. Atualmente, a poupança rende 2,1% ao ano. Portanto, a taxa final da nova modalidade ficaria em algo como 5,1% ao ano.
“Essa taxa será bem menor do que muitas linhas que vínhamos tomando até o fim do ano passado, de 8% ao ano”, afirma o executivo de uma construtora, que preferiu falar sob anonimato porque os contratos ainda não foram fechados.
Pelas regras do Banco Central, a caderneta rende 70% da taxa básica da economia, a Selic, mais Taxa Referencial (TR), quando a Selic está abaixo de 8,5%. Hoje, isso equivale aos 2,1% citados acima.
Bancos privados vão atrás da Caixa
A nova linha amplia o leque de opções do crédito imobiliário, que cresceu nos últimos anos no Brasil. O movimento foi capitaneado pela Caixa Econômica Federal, que traçou uma ofensiva para retomar a liderança no setor, do qual detinha 69,1% ao fim de março. Além de reforçar a oferta de empréstimos, criou duas novas modalidades, uma com juros atrelados ao índice de inflação (IPCA) e outra com taxas prefixadas.
O financiamento indexado ao IPCA da Caixa teria servido, inclusive, de inspiração para o desenho da linha atrelada à poupança em estudo pelo Itaú, conforme apurou o Estadão/Broadcast. No primeiro trimestre, a carteira de crédito imobiliário voltada à pessoa jurídica do maior banco da América Latina era de R$ 4,6 bilhões, 5,2% superior à registrada nos três meses anteriores. Em um ano, porém, o saldo do Itaú encolheu quase 20%.
Além disso, a nova modalidade pode ajudar o setor de construção a ganhar mais tração passada a pandemia. As medidas de isolamento social, necessárias para conter a propagação da doença no Brasil, já impactam os números do segmento, que passou colocou suas projeções para 2020 em revisão.
O primeiro trimestre, porém, ainda conseguiu passar praticamente ileso. De janeiro a março, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis avançaram 29,8% ante um ano, atingindo R$ 20,25 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Procurado, o Itaú não comentou. As construtoras mencionadas também não se manifestaram.
Fonte: Estadão
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