A safra de empreendimentos imobiliários que chegam ao mercado neste semestre já traz alterações nos projetos para atender aos hábitos dos consumidores que vieram à tona na quarentena. Muita gente foi obrigada a passar mais tempo em casa, que se tornou o centro das atividades de trabalho e lazer. Isso levou a um aumento nas buscas por residências maiores, com espaços para coworking e em regiões mais sossegadas.
A pandemia alterou sensivelmente as preferências dos consumidores por imóveis, conforme tem sido percebido por agentes do setor. A procura por apartamentos com varanda gourmet ou churrasqueira, por exemplo, cresceu 195%. A busca por unidades acima de 120 m² subiu 100% e a acima de 200 m², 25%. Além disso, a procura por casas (no lugar de apartamentos) também aumentou 25%. Os dados fazem parte de um levantamento do site de classificados Kzas comparando os meses de abril a julho - quando a quarentena atingiu seu auge - na comparação com janeiro a março - antes da crise.
Além disso, a popularização do home office gerou uma segunda implicação no mercado: a localização dos prédios. O fundador e presidente da Kzas, Roberto Nascimento, diz que é evidente o interesse do consumidor por imóveis não só maiores, mas também "longe dos engarrafamentos, da poluição e das grandes aglomerações de pessoas", já que não há necessidade de se deslocar diariamente.
A opinião é compartilhada pelo presidente executivo da Tecnisa, Joseph Meyer Nigri. "Bairros mais calmos e mais arborizados nos arredores serão mais aceitos pelos clientes. Então, já temos direcionado esse olhar para os terrenos que nós prospectamos", contou. Como o metro quadrado tem valor menor nesses locais, esses imóveis poderão ter preço mais acessível ou planta maior, complementou.
Fonte: Estadão
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