CBIC APRESENTA AO GOVERNO EVIDÊNCIAS DE ABUSO NO AUMENTO DOS PREÇOS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) entregou ao governo federal um documento que reúne evidências sobre abusos no aumento do preço de materiais de construção durante a pandemia. O material, levado à Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia, demonstra causas e consequências para os aumentos e para o desabastecimento, além de apresentar propostas para mitigar os seus efeitos na economia nacional.

A CBIC realizou o cruzamento de informações presentes em diversos documentos, cotações e declarações para acionistas por parte de grandes indústrias. São apresentados, por exemplo, dados que podem demonstrar interferência no mercado por parte de uma siderúrgica, além do posicionamento de uma entidade da indústria do cimento declarando que o setor possui 45% de capacidade ociosa e que está aproveitando para recuperar preços. O levantamento ainda traz correspondências enviadas por diferentes fabricantes de insumos comunicando aumentos idênticos nos preços dos mesmos produtos, simultaneamente, para a mesma região.

De acordo com a entidade, o cenário de aumento dos preços e desabastecimento terá uma série de consequências, como desemprego, aumento do custo das obras públicas e dificuldades para viabilização do programa Pró-Brasil, criado para impulsionar obras em infraestrutura.  A CBIC também prevê aumento do custo dos imóveis populares, o que irá gerar a necessidade de aumento de subsídio. No documento entregue ao governo, a entidade fala das incertezas que marcaram o setor da construção civil no início da pandemia, quando as indústrias reduziram seus efetivos e fecharam fábricas, reduzindo substancialmente a oferta de produtos.

Em especial os setores de aço e cimento, que têm em seus fornos o grande limitador de produção. Entre as propostas enviadas ao governo está a redução da capacidade ociosa com a reativação dos fornos que estão inoperantes e a limitação da cota de exportação enquanto os fornos não voltarem a operar nos mesmos níveis de março.

Outra consequência dos aumentos apresentada ao governo é o risco de uma redução significativa no número de lançamentos de imóveis neste segundo semestre, o que significa menos empregos e aumento nos preços.

Clique aqui para baixar o documento entregue à Secretaria de Advocacia da Concorrência

Entenda mais

Inconformados com os aumentos inadmissíveis dos preços do cimento e de outros insumos, neste momento de grave crise econômica, entidades de trabalhadores e empresas do setor da construção divulgaram à imprensa no dia 15 de julho um manifesto conjunto, que destaca que os aumentos de preços destes insumos terão consequências nefastas, pois resultarão em mais desemprego, ao trazer prejuízos às obras públicas e privadas em andamento, justamente num momento em que a responsabilidade do governo e dos agentes produtivos é de gerar e manter empregos, e não de elevar preços.

Assinam o manifesto os presidentes Antonio de Sousa Ramalho, do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de São Paulo); Odair Senra, do SindusCon-SP (Sindicato da Construção); Luiz Antonio França, da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) e Basílio Jafet, do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

A preocupação da indústria e dos trabalhadores da construção com o aumento de preços de insumos do setor, especialmente do cimento, foi levada em 19 de agosto ao secretário de Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo, Fernando Capez. Participaram da reunião representantes do SindusCon-SP; do Sintracon-SP e do Secovi-SP.

O SindusCon-SP e as entidades do setor da construção formalizaram em 25 de agosto, no Procon-SP, o pedido de providências em relação aos aumentos generalizados de preços dos insumos do setor e, em especial, do cimento. Na ocasião, assinaram a carta ao diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez e os presidentes Senra, Ramalho, Jafet e França.

No ofício, os presidentes se dizem “inconformados com os aumentos dos preços do cimento e de outros insumos, neste momento de grave crise econômica, em que será impossível repassar estas elevações aos consumidores finais: os adquirentes de imóveis e os órgãos públicos contratantes de obras de infraestrutura e habitação popular.”

Fonte: Sinduscon-SP

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