Medidas pontuais de ajuste fiscal não bastam para recuperar a economia brasileira: o aprofundamento da crise exige, agora, um debate qualificado e efetivo sobre a qualidade do gasto público e a modernização do Estado. Empresários da construção civil defendem o enxugamento da máquina pública, a redução dos gastos e a desvinculação de receitas orçamentárias como mecanismos para recuperar a capacidade de investimento e reanimar a economia. Alinhada em reunião do Conselho de Administração da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), essa é a posição que o setor levou à reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) nesta quinta-feira, 28. “O CDES é fórum para fazermos um debate estratégico e espero que o governo tenha clareza disso. A agenda nacional está posta e é preciso avançar”, avisa José Carlos Martins, presidente da CBIC e representante da construção no CDES. “O governo deve assumir um compromisso claro de que fará o que precisa ser feito e buscar os apoios necessários. Isso é urgente”, frisou. Para ele, o cenário nacional exige mais velocidade nas ações do governo e maior sintonia com as necessidades da sociedade. O setor espera que a reunião convocada pela presidente Dilma Rousseff discuta solução para problemas estruturais, como o impacto de despesas obrigatórias e dos gastos com o funcionalismo sobre a capacidade de investimento nas três esferas do Executivo. “O Brasil vive uma crise de credibilidade e não tem prioridades bem definidas”, diz Martins. “Não tem dinheiro para investimento porque a máquina consome a maior parte das receitas. É preciso reverter esse quadro”, acrescenta. “No ano passado, 416 mil famílias perderam o emprego na construção civil, enquanto há segmentos que se aproveitam das benesses do Estado”. Para a construção, o cenário atual exige um debate profundo das reformas da Previdência, administrativa e trabalhista. Martins afirma que o aumento de impostos dissociado de reformas é inaceitável. “O governo já usou o crédito como política de desenvolvimento e não deu certo. O crescimento virá pelo investimento e, para isso, é preciso rever o tamanho do Estado e suas prioridades”, diz o presidente da CBIC.
Publicações relacionadas
Na última terça-feira (30/09), o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, esteve na sede da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) para um debate com concreteiras, construtoras e representantes do setor.
Campanha dá visibilidade à importância da saúde mental e conta com adesão de iniciativas governamentais e de empresas privadas em todo o país
Maior evento jurídico do segmento imobiliário foi realizado na capital federal, nos dias 18 e 19 de setembro, com debates sobre tecnologia e inovação nos negócios do setor