PROVA DE CARGA: ONDE COMEÇA A SEGURANÇA ESTRUTURAL DE UM PRÉDIO

Onde começa a segurança estrutural de um edifício? Por que os prédios, por mais altos que sejam, não correm o risco de cair? Essas perguntas, provavelmente, já passaram pela cabeça de muitos leigos da engenharia que avistam os enormes e arrojados edifícios nas grandes cidades brasileiras, como os de Goiânia por exemplo. A verdade é que a engenharia civil tem técnicas e práticas que asseguram uma margem de segurança nas fundações das construções, uma das fases mais importantes numa obra, sem a qual edificação alguma pode ser erguida, da mais simples a mais sofisticada. Uma dessas técnicas é a prova de carga, composta por ensaios técnicos, cujo o objetivo é validar, em campo, as premissas estabelecidas no projeto de fundação.   Em tal projeto são estudadas e avaliadas as características do solo, o uso da estrutura (residencial, comercial ou outros fins) e, principalmente, a carga a que será submetida. Após esses levantamentos, é então definida a majoração de um fator de segurança, conforme normas técnicas e legais sobre fundações, previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “A prova de carga tem o intuito de medir as características e resistências das fundações de uma obra, bem como avaliar se as mesmas estão adequadas ao projeto. Sua realização significa mais segurança para a obra, evitando riscos e prejuízos indesejáveis, inclusive, gastos futuros com reparos de estrutura”, explica o engenheiro civil Marco Antônio Carvalho, responsável pelas obras do Residencial Celebrate Vaca Brava, empreendimento da Dinâmica Engenharia que está sendo construído em Goiânia. Segundo o profissional, a prova de carga evita os chamados recalques (deslocamento) da fundação. “Os recalques diferenciais podem provocar fissuras em paredes, descolamento de revestimentos, entre outras avarias”, esclarece Marco Antônio.   A prova de carga estática é a técnica mais tradicional de ensaio para a determinação da capacidade de carga das estacas usadas no teste. No Brasil, a metodologia está normatizada pela ABNT (NBR 12.131:2006 Estacas – Prova de Carga Estática). Por meio desse procedimento, que dura em média 5 horas, o elemento da fundação é solicitado ou pressionado por um ou mais macacos hidráulicos, empregando-se um sistema de força ou reação estável. O tipo de ensaio mais comum é a prova de carga lenta, que envolve a aplicação de carregamentos de compressão à estaca, em estágios crescentes da ordem de 20% da carga de trabalho, registrando-se os deslocamentos correspondentes. Para tanto, é comum o uso de vigas metálicas e ancoragens embutidas no terreno, que são as estacas. “Nesse tipo de ensaio, a medição dos esforços é feita com uma célula de carga, posicionada no topo da estaca, que proporciona uma maior precisão e qualidade ao ensaio. Os deslocamentos são aferidos também no topo da estaca com o auxílio de deflectômetros digitais”, explica Marco Antônio de Carvalho.   Qualidade e otimização   Segundo o engenheiro, a prova de carga estática pode ser feita com dois objetivos: o controle de qualidade, neste caso as normas da ABNT prescrevem  que as estacas sejam comprimidas em, no mínimo, 1,6 vez a sua carga de trabalho; ou então para subsidiar ou otimizar o projeto, e nesta situação a norma prescreve que as estacas sejam levadas a ruptura ou a um fator de pelo menos duas vezes a carga de trabalho prevista para a edificação.   O processo de prova de carga, além da compressão estática sobre as estacas, envolve outros dois importantes ensaios técnicos: o carregamento dinâmico (também previsto na ABNT) e o PIT da sigla em inglês Pile Integrity Test, que oferece dados sobre a integridade das estacas usadas. O modelo de estacas mais usado na construção civil é o de hélice contínua, em razão da redução de ruído, já que não necessita de bate-estacas, e da eliminação de vibrações, que podem ocasionalmente por danos em edificações vizinhas.   Fonte: Assessoria

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