A caderneta de poupança encerrou 2015 com saque líquido de R$ 53,568 bilhões, o maior já registrado na série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. O resultado não foi ainda pior porque em dezembro houve captação líquida, a única mensal do ano, no valor de R$ 4,789 bilhões. Em 2014, a poupança havia captado R$ 24,034 bilhões. Em um ano marcado pela forte crise econômica, com alta da inflação, dos juros, do desemprego e de vários tributos, as retiradas de recursos da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 53,56 bilhões em 2015, informou Banco Central nesta quinta-feira (7). Foi a primeira vez em dez anos que mais recursos saíram que entraram da caderneta, e a maior fuga de valores desde o início da série histórica do BC, em 1995. Até então, o ano com maior saída de recursos havia sido 2003, quando R$ 10,42 bilhões deixaram a caderneta de poupança. Em 2013 e 2014, respectivamente, R$ 71 bilhões e R$ 24 bilhões haviam entrado na modalidade. No ano passado, os depósitos em caderneta de poupança somaram R$ 1,90 trilhão, ao mesmo tempo em que os saques de recursos totalizaram R$ 1,96 trilhão. Já os rendimentos creditados nas contas dos poupadores somaram R$ 47,43 bilhões em 2015. Com a forte saída de valores, o volume total aplicado na caderneta recuou. No fim do ano passado, o estoque da poupança totalizava R$ 656 bilhões, contra R$ 662 bilhões no fechamento de 2014. Foi a primeira queda anual do estoque desde o início da série histórica do BC. O menor interesse na poupança também afeta os financiamentos imobiliários, uma vez que a modalidade é fonte de recursos para a casa própria. Pelas regras, os bancos precisam destinar 65% dos saldos da poupança (SBPE) para o crédito imobiliário. No ano passado, ficou caro financiar a casa própria pela Caixa Econômica Federal, usando recursos da poupança. Em setembro, ocorreu a terceira alta das taxas em 2015. A evasão de recursos da poupança aconteceu em um ano caracterizado pelo baixo nível de atividade, com a economia brasileira em recessão. A expectativa do mercado é de que o PIB tenha registrado contração de 3,71% em 2015 – o que, se confirmado, será o maior tombo em 25 anos. O endividamento das famílias, por sua vez, continuou elevado. Além disso, outros fatores também impactaram a renda dos brasileiros, como a alta da inflação, dos juros, do desemprego e de vários tributos, como aqueles sobre empréstimos, importados, carros, cosméticos, cerveja, vinhos, destilados, bancos, receitas financeiras das empresas, taxas de fiscalização de serviços públicos, gasolina e exportações de manufaturados. Além disso, outro fator que contribuiu para a saída de recursos da poupança foi seu baixo rendimento frente a outras modalidades. Isso ocorre porque o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5% ao ano, como atualmente, está limitado em 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR). Segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), com os juros básicos atualmente em 14,25% ao ano (o maior nível em nove anos), as aplicações em renda fixa, como os fundos de investimento, ganham mais atratividade e ganham da poupança na maioria das situações. A poupança continua atrativa somente para fundos com taxas de administração acima de 2,5% ao ano. De acordo com cálculos do administrador de investimentos, Fabio Colombo, a caderneta de poupança registrou um rendimento de 8,07% em 2015, perdendo, assim, para a inflação. O índice oficial do ano passado (IPCA) ainda não saiu, mas a estimativa do mercado é de que tenha ficado em cerca de 10,7% ao ano. Em 2015, outros investimentos foram mais atrativos, como o dólar, que subiu 48,6%, o euro, com alta de 33,67%, o ouro (+33,63%), além de papéis indexados ao IPCA (+17,6%), os fundos DI (+13,17%) e os CDB´s (+12,88%). (Fonte: O Globo)
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