Flat, loft, estúdio. Segundo estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), os imóveis do futuro serão cada vez mais compactos. Seja por conta de uma mudança no comportamento e nos interesses das novas gerações ou pela limitação de renda destinada a moradia. O levantamento que apresenta as perspectivas e tendências do consumidor imobiliário para os próximos 20 anos nunca esteve tão atual – pelo menos em Goiânia, onde apartamentos de até 60 metros quadrados estão entre os que mais movimentam o mercado imobiliário.
Por aqui, cerca de 50% dos empreendimentos lançados no primeiro semestre de 2019 não ultrapassou essa metragem. O dado é da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) e a explicação gira em torno, principalmente, dos novos perfis de arranjos familiares. “O aumento do número de divórcios, de idosos morando sozinhos e de jovens que vêm estudar na capital contribui muito para essa mudança. Além disso, um imóvel menor é visto, na maioria das vezes, como um investimento, já que existe maior facilidade de locação”, explica o presidente da entidade, Roberto Elias.
No que diz respeito à arquitetura e decoração a pesquisa prevê ainda o desenho de espaços mais modulares, que possibilitem a customização e reformulação dos cômodos, fazendo com que um mesmo ambiente possa ser muitos ao mesmo tempo. Segundo a arquiteta Juliana Sabbatini, uma das principais características dos imóveis de medidas tímidas é a ausência de paredes que separam, por exemplo, escritório, quarto, sala e cozinha. “O grande desafio de decorar um espaço parcial ou totalmente integrado é pensar na funcionalidade sem deixar de lado a harmonia visual e o aconchego.”
Mil e uma soluções A dificuldade vem do fato de os cômodos deixarem de ter funções específicas e de um mesmo espaço passar a servir de cenário para diferentes atividades. E é aí que a escolha do mobiliário ganha uma importância singular. Em um dos seus projetos, por exemplo, Juliana usou um tapete para demarcar a sala dentro do espaço de 46m². A TV giratória dividiu, e integrou, três ambientes. “Quem está na cozinha não precisa perder seu programa favorito e para isso basta virar a tela do eletrônico, originalmente voltada para a sala. Já a mesa de jantar pode se transformar com facilidade em um escritório, quando se conecta o computador à televisão.”
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Fonte: Jornal O Popular
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