A construção que teremos no futuro foi abordada na segunda oficina realizada pela Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) no 90° ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção), realizado em Florianópolis (SC). O evento foi realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em correalização com o Senai Nacional.
O consultor do projeto Pensamento de Futuro (Foresight) da CBIC e professor associado do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fábio Queda Bueno da Silva, iniciou o debate reforçando que, em 2030, o setor estará totalmente transformado. “As mudanças no cenário e a necessidade de considera-las já existem. As alternativas são mais desafiadoras, mas ainda temos tempo para nos preparar e trabalhar para induzir as mudanças que queremos”, defendeu.
Dando exemplos que em alguns casos o que é visto como futuro já está entre nós, Fábio citou o caso de um projeto localizado em Dubai, nos Emirados Árabes, onde um escritório foi impresso com tecnologia 3D em 17 dias e acabado em 19 dias. Mas isso é apenas um passo em uma visão de futuro mais ampla que propõe. “Em 2030, 25% da cidade será construída com impressão 3D e montagens rápidas. Parece que o futuro da construção está distante, mas não está. Além disso, a sustentabilidade entra no processo por que não haverá outra forma de construir”, alertou.
O consultor reforçou ainda que é necessário pensar nos futuros possíveis, considerando os cenários que envolvem o crescimento da concorrência, os colapsos fenomenais, as grandes transformações e as inovações possíveis com restrições. Assim podemos atuar para gerar a construção que queremos. Uma provocação realizada foi pensar além do que já se coloca até mesmo em iniciativas de indústria 4.0, simbolizada numa eventual construção 5.0. “Não faremos a mudança caminhando atrás de quem está à frente. Precisamos antecipar o futuro e caminhar junto com ele”, defendeu.
Cultura e Educação
Para o presidente da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac), José de Paula Barros Neto, o futuro passa pela inovação. “Precisamos mudar nossa cultura e nosso pensamento. É uma questão cultural. É preciso incentivar os estudantes das universidades para que eles inovem e empreendam, pois, em 2030, eles que estarão à frente. Vamos criar nossa cultura e enfrentar os desafios da inovação e criando parcerias para trilhar o ambiente da inovação”, afirmou.
O especialista em desenvolvimento industrial do Senai, Luis Gustavo, reforça que o estudo lançado hoje traçará uma rota de possibilidades para o setor. “Será de altíssima qualidade e gerará baixo impacto ambiental além de ser sustentável”, afirmou.
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