Artigo do especialista Ayrton Sérgio Rochedo Ferreira - Consultor do Projeto de Desenvolvimento de Lideranças, realizado pelo Fórum de Ação Social e Cidadania da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (FASC/CBIC), com a correalização do Sesi Nacional.
É importante pensar no compromisso que têm os agentes e entidades promotoras da ação social para com a sociedade e a cidadania. Afinal, por mais bem intencionado e generoso que o gesto possa parecer, ele pode produzir efeitos danosos, principalmente se considerado em escala.
É uma questão de efeito sistêmico, onde a eficiência da parte só se legitima se não prejudicar a eficácia do todo. Neste caso, o “todo” é a cidadania, que representa o nível de consciência com que as pessoas lidam com seus direitos e deveres para atuarem em sociedade. Ela é alcançada quando se reduz a dependência unilateral entre os indivíduos e se estimula a sua emancipação, crescimento e prosperidade.
A cidadania não é dada, mas conquistada e sustentada pelos que assumem compromissos com seus deveres, reconhecem a interdependência como prova de saúde social, toleram as diferenças e exigem, de forma implacável, os direitos estabelecidos. A cidadania não é um adjetivo, mas um atributo substantivo que mede a qualidade de uma sociedade de pessoas humanas.
Já a ação social é a “parte”, que engloba o conjunto de iniciativas destinadas a assistir pessoas e comunidades menos favorecidas para mitigar as diferenças numa determinada sociedade. Estas iniciativas poderão se constituir em dádivas ou em possibilidades, dependendo da intenção de quem as promova e de quem delas se beneficie. As ações sociais serão dádivas se constituírem-se como gratuidades, criando dependência nos seus beneficiários, tal como o vício que reclama a renovada satisfação experimentada. A dádiva alimenta o “coitadismo” e acorrenta o coitado ao seu benfeitor. A ação social “dádiva” pode ser eficiente, mas aniquila a consciência cidadã.
As ações sociais serão possibilidades se trouxerem aos favorecidos condições para construírem as mudanças que os libertará da situação precária em que se encontram e criarem neles o compromisso de sustentarem estas mudanças, sem dependência da ação social que os alavancou. A ação social “possibilidade”, promove, desenvolve e é eficaz para a cidadania. Assim, a ação social pode alavancar a cidadania ou contribuir para o seu aniquilamento, dependendo de como ela é concebida e com que intenção ela é colocada em prática. Para ser eficaz, ela deve ser altruísta, por excelência, não devendo existir nenhuma intenção do beneficiário (ainda que velada) que não seja a razão explícita oferecida ao beneficiado: promovê-lo ou resgatá-lo ao nível de cidadão.
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