Os imóveis usados do DF sofreram desvalorização, no geral, de quase 1% em 2017 e proporcionaram uma realidade agridoce. Se por um lado é pior para quem pretende vender, por outro, aumentou a rentabilidade. Assim, locais como Águas Claras, por exemplo, viram o preço médio de comercialização cair em 1,4%, mas o valor do aluguel subir 2,8%. Os dados são de uma pesquisa da plataforma digital Wimóveis, que comparou 65 mil ofertas anunciadas no site ao longo do ano.
Conforme o levantamento, as duas cidades que mais tiveram queda nos preços de venda foram Riacho Fundo (-5%) e Vicente Pires (-3,7%), mas as regiões nobres também sofreram desvalorização expressiva. Em Brasília, a Asa Sul viu os preços caírem em 3%, o Sudoeste em 1,2% e a Asa Norte em 1%. Mesmo assim, ainda é a região conta com o metro quadrado mais caro do DF, cerca de R$ 7,8 mil.
“Embora os preços venham em tendência de queda, como em todo o Brasil, a capital federal permanece na liderança do ranking de rentabilidade, se considerarmos a valorização dos imóveis em outras grandes metrópoles brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba”, avalia o CEO da Wimoveis, Mateo Cuadras, que defende a pesquisa como um “perfil fiel das ofertas.”
Segundo ele, a realidade do DF segue uma tendência nacional, empurrada pelo cenário de recessão econômica ainda enfrentado pelos cidadãos. “O desemprego e a insegurança do consumidor quanto ao futuro são fatores que inibem investimentos maiores, como a compra de um imóvel. Nesse cenário, muitos optaram pela locação”, destrincha.
Apesar disso, ele alerta que o momento para investir era este ano, pois o “ajuste natural” do mercado deve gerar aumentos em 2018. A redução da taxa básica de juros (Selic) e a queda da inflação devem reaquecer o mercado aumentar a demanda.
Desconfiança
Entidades ligadas à habitação no DF concordam com a tendência de aumento dos preços para 2018, mas não consideram a pesquisa da Wimoveis uma amostra fiel da realidade local. O presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), Paulo Muniz, defende que a não inclusão de imóveis novos descaracteriza o levantamento, pois estes estão em baixo estoque e isso tem puxado os preços para cima.
Já o vice-presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-DF), Ovído Maia, aponta que por analisar apenas ofertas não há tendências, apenas “pesquisa de mercado momentânea” e garante que os preços estão estáveis. “O mercado do DF é o terceiro maior do país, então em outro site talvez a taxa de retorno seja diferente”, minimiza.
Fonte: Jornal de Brasília
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