Para quem estava no eterno dilema sobre comprar ou alugar um imóvel para morar, o cenário desenhado no ano passado foi o empurrão que faltava para quem já sonhava há tempos com a casa própria, de papel passado. Mais de um terço (35%) das pessoas que solicitou financiamento de imóvel no ano passado estava deixando o aluguel para trás, segundo levantamento da Credihome, plataforma digital de crédito imobiliário multibanco.
“A queda da taxa de juros foi um dos fatores que mais contribuiu com o crescimento dos financiamentos imobiliários e estimulou a migração da locação para a aquisição”, afirma Bruno Gama, presidente da Credihome, que encerrou 2020 com R$ 1,2 bilhão em financiamentos contratados, valor três vezes maior que o apurado no ano anterior.
A série histórica do levantamento da Credihome começou em maio de 2020, quando a parcela de pessoas que pediam empréstimos para comprar um imóvel para sair do aluguel estava em 13%. Em janeiro deste ano, esse percentual segue elevado e ficou em 36% do total.
“Apesar da pandemia, se desenhou um cenário favorável para que o imóvel voltasse também a ser visto como uma opção de investimento", diz Gama.
Nos meses de julho e agosto de 2020, quando o Banco Central anunciou os cortes consecutivos da taxa Selic para 2,25% e 2% ao ano, respectivamente, o percentual de migração do aluguel para o financiamento chegou a picos de 38%, acompanhando os anúncios de repasse de cortes de juros para os financiamentos imobiliários. No fim de 2020, a taxa média em financiamentos imobiliários do mercado estava em 7% ao ano, segundo dados do Banco Central.
Além dos juros nas mínimas históricas, o índice de inflação usado para o reajuste de contratos de aluguel, o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), disparou e acumulou alta de 23,14% em 2020.
“Muita gente fez as contas e concluiu que a parcela do financiamento ficou mais vantajosa que o aluguel”, explica Gama.
Com o salto no IGP-M, quem ainda mora de aluguel tem feito negociações para ter seu contrato reajustado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 4,52% no ano passado.
Fonte: Valor Econômico
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