FMI ALERTA PARA RISCOS DE QUEDA DOS PREÇOS DAS CASAS NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS

O Fundo Monetário Internacional (FMI) indica, esta quinta-feira, que a rápida subida dos preços das casas nos últimos anos levanta receios sobre uma possível queda nos próximos três anos e os seus potenciais efeitos na economia e estabilidade financeira.

"O rápido aumento dos preços das casas em muitos países nos últimos anos suscitou alguns receios sobre a possibilidade de um declínio e as suas potenciais consequências", indica o FMI no segundo capítulo do "Global Financial Stability Report: Vulnerabilities in a Maturing Credit Cycle", com o título "Downside Risks to House Prices" (Riscos negativos para os preços das casas).

A instituição liderada por Christine Lagarde indica que "o menor dinamismo dos preços das casas, a sobrevalorização, o crescimento excessivo do crédito e as condições financeiras mais apertadas antecipam riscos negativos para os preços das casas nos próximos três anos".

O FMI refere também que os riscos que se colocam à evolução dos preços das casas ajudam a prever riscos negativos para o crescimento do Produto Interno Bruto, "contribuindo para modelos de alerta precoce para crises financeiras".

A instituição com sede em Washington recorda que "grandes quedas nos preços das casas podem afetar adversamente o desempenho macroeconómico e a estabilidade financeira, como aconteceu durante a crise financeira global de 2008 e outros episódios históricos".

Segundo o FMI, "as estimativas mostram que os riscos negativos sobre os preços das casas mudaram desde a crise financeira global, com a maioria dos países com riscos mais elevados no final de 2007 a enfrentar atualmente riscos mais baixos" sobre os preços das casas. No entanto, o fundo adverte que "em muitas economias avançadas e mercados emergentes os preços das casas permanecem em risco".

O FMI refere ainda que "um aperto nas políticas macroprudenciais está associado a uma redução dos riscos negativos sobre os preços das casas", frisando que isso se aplica sobretudo a políticas destinadas a reforçar a resiliência dos tomadores de empréstimos, tais como limites aos valores máximos dos rácios empréstimo/valor ou dívida/rendimento.

O objetivo da política macroprudencial é tornar o sistema financeiro resiliente à absorção de riscos, garantindo níveis adequados de intermediação financeira e contribuindo para o crescimento económico sustentável, conforme explica o Banco de Portugal.

Os últimos dados do Eurostat mostraram que o preço das casas aumentou 4,3% tanto na zona euro como na União Europeia (UE) no terceiro trimestre de 2018, face ao mesmo trimestre do ano anterior, com Portugal a registar uma subida de 8,5%.

Fonte: Jornal TSF (Portugal)

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