Em agosto, as vendas de imóveis na capital cresceram expressivamente em relação a julho de 2018 e a agosto de 2017, mas os números relativos à oferta foram pouco expressivos. Os estoques ainda são elevados, mas essa situação tende a mudar à medida que a economia ganhe fôlego e a demanda se torne aquecida.
Segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário do sindicato da habitação (Secovi-SP), foram comercializadas 2.581 unidades residenciais novas em agosto, aumento de 67,4% em relação ao mês anterior e de 38,4% comparativamente a agosto do ano passado. As vendas dos primeiros oito meses do ano (16.124 unidades) superaram em 46,7% as de igual período de 2017.
A recuperação das vendas tem sido constante: de 18,1 mil unidades vendidas nos últimos 12 meses até agosto de 2017, passaram para 28,8 mil em agosto de 2018. O mercado predominante é o das moradias com área útil de até 45 m² e preços inferiores a R$ 240 mil. Em grande parte, são imóveis destinados às faixas de menor renda, alcançadas pelo programa social de moradias Minha Casa, Minha Vida.
O mercado paulistano registra comportamento mais positivo do que o da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): em 38 municípios, apenas 562 unidades foram vendidas em agosto, queda de 40,7% em relação a julho. Entre janeiro e agosto, foram comercializadas 5.278 unidades na RMSP, excluída a capital.
A oferta de imóveis na capital, formada por moradias na planta, em construção e prontas lançadas nos últimos 36 meses, caiu para 16.692 unidades, 8,8% inferior a julho e 15% menor que a de agosto de 2017.
A queda da oferta se explica, em especial, pelo lançamento de apenas 1.410 unidades em agosto (queda de 46,4% em relação a julho) e de 12.107 entre janeiro e agosto, com recuo de 10,7% em relação ao mesmo período de 2017. Mas o descompasso entre oferta e demanda também decorre de um fato positivo: o aumento da velocidade de comercialização (VSO ou porcentagem de vendas sobre a oferta). O VSO de 13,4% de agosto superou em 54% o de um ano antes.
Os próximos meses ainda deverão ser favoráveis para os compradores, pois há oferta satisfatória de crédito e ambiente de competição entre os financiadores. Mas, se a atividade econômica ganhar força, a oferta menor poderá reduzir as opções dos compradores.
Fonte: Estadão / Opinião
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