A depender da perspectiva, boas notícias podem ser más notícias. Esse é um paradoxo aparente comum em algumas análises da conjuntura econômica. Assim, a alta de 7,7% no PIB brasileiro no terceiro trimestre frente ao período anterior (série com ajuste sazonal) deve jogar para baixo as perspectivas de evolução desse indicador no ano fechado de 2020.
Em si mesma, a notícia parece muito boa. Afinal, a atividade econômica emergiu do mergulho profundo ocorrido no segundo trimestre, quando o PIB registrou queda de 9,6% na mesma base de comparação. Porém, essa alta veio abaixo das expectativas de mercado e, portanto, deverá levar à correção das projeções para o ano fechado.
Antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre, segundo o Boletim Focus, as expectativas eram de queda de 4,5% no PIB em 2020. Frente aos dados do período julho-setembro, para que esse cenário se confirme, o resultado no terceiro trimestre teria que ser de alta de 2,5%. No entanto, os indicadores já disponíveis para o mês de outubro estão revelando desaceleração. Assim, no mês, já descontadas as influências sazonais, a produção física da indústria de transformação teve alta de apenas 1,2% contra 4% em setembro. Movimento semelhante já havia sido observado no volume de vendas do varejo em setembro (último mês com dados disponíveis). Por tudo isso, o resultado mais provável para o PIB em 2020 é de queda próxima a 5%. Essa é, inclusive, a dimensão exata da queda do PIB entre janeiro e setembro na comparação com igual período de 2019.
Do ponto de vista de seus componentes, os destaques da recuperação do PIB no terceiro trimestre ficaram por conta da indústria (alta dessazonalizada de 14,8% frente ao trimestre anterior) e da formação bruta de capital (11% na mesma base de comparação). Por sua vez, o consumo das famílias, principal componente de demanda, registrou avanço de 7,6%, fortemente influenciada pelos efeitos do auxílio emergencial. O setor de serviços, muito afetado pelas restrições impostas pela pandemia, também teve bom desempenho: alta de 6,3%. Já a agropecuária teve ligeira queda frente ao trimestre anterior: 0,5%.
Com esses resultados, o PIB total voltou ao mesmo nível do primeiro trimestre de 2017. As perspectivas para os trimestres à frente estão diretamente vinculadas a dois elementos essenciais. De um lado, como reagirá o consumo das famílias após o fim do auxílio emergencial? De outro, em um horizonte além de março de 2021, como irá evoluir a imunização contra o coronavírus no Brasil e no mundo?
Certamente, a incerteza ainda é a marca do ambiente econômico e sua evolução irá ditar o rumo da atividade nos meses à frente, agora, em um patamar mais baixo para o PIB.
Fonte: Sinduscon-SP
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