BANCO CENTRAL

  Aprovado ontem pelo Senado Federal para presidir o Banco Central (BC) por 56 votos favoráveis e 13 contrários, Ilan Goldfajn assumirá o posto em meio à crise política que pode atrapalhar a votação de medidas para reequilibrar as contas públicas. Com o pedido de prisão de caciques do PMDB pela Procuradoria Geral da República, o risco é de que projetos de ajuste fiscal enfrentem dificuldade de aprovação e que o deficit seja maior do que o esperado, pressionando a inflação. Apesar do desafio, Goldfajn prometeu cumprir a meta de levar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 4,5% ao ano, sem detalhar quando. Desde 2009, a inflação não fica próxima ao centro da meta. Nos 12 meses encerrados em maio, a taxa ficou em 9,62%. Alexandre Tombini, atual presidente do BC, que preside hoje sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nunca entregou a inflação no centro da meta. Goldfajn ressaltou que, para cumprir a função primordial da autoridade monetária — garantir o poder de compra da moeda —, precisará da ajuda do Congresso para aprovar reformas que reduzam as despesas. O novo presidente da autoridade monetária explicou que, com a aprovação do teto para o crescimento dos gastos públicos e de outras medidas, como a reforma da Previdência, haverá menos incertezas e das expectativas do mercado para a carestia. “Com isso, o custo da desinflação é menor e há condições para a redução dos juros”, disse. Na opinião de Goldfajn, o governo precisa resgatar a credibilidade com um regime de câmbio flutuante, com o equilíbrio fiscal e com metas críveis de inflação. Ele ressaltou que a política econômica dos governos petistas precisa ser abandonada para que o mercado volte a confiar no Executivo e para que o crescimento da dívida retorne a uma trajetória sustentável. “Temos que abandonar a nova matriz e voltar para o bom e velho tripé macroeconômico”, afirmou. FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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