A menos que uma improvável recuperação exponencial da construção ocorra de agosto a outubro, o PIB do setor deve fechar o ano com variação negativa em torno de – 4,1%, sendo que o produto das construtoras deve variar -3,35%, e o dos demais segmentos desta atividade, -5%. Esta foi a projeção apresentada por Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, na Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP, em 4 de agosto.
Coordenando o encontro virtual, Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia da entidade, comentou que o maior problema do país para atrair capital externo é a falta de uma sinalização firme de que as finanças públicas estão e permanecerão em ordem. “Há fortes pressões para flexibilizar o texto de gastos, parece que sociedade não introjetou a necessidade de mostrar ao mundo que temos responsabilidade fiscal, mantendo o déficit público bem comportado.”
A reforma tributária, motivo de grande preocupação dos participantes da reunião pelo aumento da carga tributária que trará para a indústria da construção, foi comparada por Zaidan à construção de “uma torneira de ouro para irrigar uma caixa d’água furada. Ninguém olha para a necessidade de uma reforma administrativa e para a redução dos gastos”. Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, anunciou que buscará uma articulação entre as entidades da construção para se opor “unanimemente e com firmeza” aos principais pontos das propostas da reforma que deverão onerar o setor.
Recuperação lenta
Em sua apresentação, Ana Maria mostrou os diversos indicadores de emprego, vendas da indústria e do comércio de materiais de construção, vendas de imóveis e volume de financiamento imobiliário, para mostrar que o setor saiu do baque sofrido em abril e maio, diminuindo o pessimismo. No entanto, a demanda insuficiente continua sendo a principal preocupação das empresas, além do novo fator surgido entre os outros que preocupam: a Covid-19.
Para Zaidan, persistem as dificuldades para uma retomada mais pujante da atividade do setor. “Toda recessão é concentradora e desestimula novos fornecedores de materiais de construção. Oligopólios da indústria de materiais sobem preço para fazer caixa. O crédito não está chegando. Mazelas como a reforma tributária e a disfunção da governabilidade entre os três Poderes estão aí. Neste cenário, a construção deverá ter uma recuperação bastante modesta, com muitos feridos no final da jornada.”
Ana Maria considerou que a construção poderá puxar o crescimento econômico, mas não como em 2008/2009, quando o poder público tinha força para investir em infraestrutura e habitação. “Mesmo diante de incertezas como o tamanho do aumento da carga tributária e se o auxílio emergencial prosseguirá, aspectos positivos como a aprovação do marco regulatório do saneamento poderão atrair investimentos internos e externos, mas isso ainda vai levar um certo tempo.”
Já para o mercado de edificações, a economista considerou que os juros menores poderão favorecer maior demanda por imóveis de médio e alto padrão. No entanto, alertou, há incerteza se no futuro o FGTS terá orçamento para financiar o programa que sucederá o Minha Casa, Minha Vida.
Fonte: Sinduscon-SP
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