Goiânia e Aparecida apresentaram crescimento nas vendas de imóveis pelo segundo ano consecutivo. Em 2018, o mercado imobiliário goiano atingiu o maior volume de unidades vendidas dos últimos quatro anos. Segundo dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), as vendas aumentaram 27% em 2018 em relação a 2017, com 6.579 unidades comercializadas, contra 5.169 do ano anterior. A informação integra análise divulgada pela Ademi-GO, nesta segunda-feira (18), com base em pesquisa desenvolvida pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain). O levantamento apresenta o consolidado de janeiro a dezembro de 2018.
Desde 2016, quando o mercado imobiliário atingiu sua pior crise, o segmento vem mostrando fortes sinais de recuperação. “Quando se compara 2018 com 2016, que foi o pior ano de vendas desde 2010, o crescimento nas vendas chega a 56%, o que demonstra que o mercado imobiliário já superou a crise”, afirma o vice-presidente da Ademi-GO, Fernando Razuk.
Outro dado interessante apontado pelo levantamento é que os meses de novembro e dezembro tiveram excelente desempenho de vendas. Segundo o presidente da Ademi-GO, Roberto Elias, isso se deve à definição do cenário eleitoral. “O mercado imobiliário é muito sensível à confiança do consumidor. Uma vez definido o cenário político, o consumidor ficou mais confiante e as vendas melhoraram”, explica.
O Minha Casa Minha Vida (MCMV) continuou apresentado bons resultados. Em 2018, o maior número de unidades vendidas foi das que se enquadram no MCMV, programa voltado para atender a população mais carente. No entanto, para 2019, o mercado da construção aguarda definições do governo federal em relação às condições para a continuidade do programa.
Lançamentos e VGV
Com as vendas em alta, as incorporadoras decidiram lançar mais imóveis. O volume de lançamento de 2018, em número de unidades, foi 55% maior que 2017. O bairro com maior número de lançamentos foi o Setor Marista, com 604 unidades lançadas.
O Setor Marista também é a região mais valorizada de Goiânia, com o metro quadrado chegando a R$ 7.127. “Tudo isso é justificado pelo fato do Marista ser o bairro mais desejado de Goiânia. Consequentemente, é o mais valorizado e, também, onde há maior demanda. Em consequência, é onde existe a maior parte dos lançamentos”, explica Razuk.
O VGV (Valor Geral de Vendas) de 2018 chegou a R$ 2 bilhões, enquanto os empreendimentos lançados ao longo de 2017 corresponderam a R$ 975 milhões.
Oferta e distratos
Mesmo com o aumento de lançamentos imobiliários, a oferta de unidades diminuiu, devido ao aquecimento das vendas. Em janeiro de 2018, Goiânia e Aparecida possuíam 10.510 unidades. Já no final do ano, haviam apenas 9.021 unidades disponíveis, totalizando uma queda de 14% na oferta de imóveis.
O número de distratos imobiliários aumentou em 2018. Segundo o presidente da Ademi-GO, Roberto Elias, isto se deve, principalmente, pelo fato de as construtoras terem retomado as unidades dos clientes inadimplentes para colocá-las novamente à venda, uma vez que a demanda estava alta.
Para ele, a nova lei de distratos veio para reforçar a segurança dos compradores. “O grande número de distratos colocava em risco os empreendimentos, pois prejudicava financeiramente as construtoras e incorporadoras. Muitas tiveram que encerrar suas atividades em função de dificuldades no fluxo de caixa financeiro, em consequência do elevado número de distratos”, relata.
Perspectivas positivas
As perspectivas do mercado imobiliário em Goiás são extremamente positivas para 2019. De acordo com Fernando Razuk, vice-presidente da Ademi-GO, a tendência é de grande crescimento das vendas. “Com a definição do cenário político, o consumidor passa a ter um nível de confiança maior. Além disso, os juros de financiamento imobiliário continuam baixos e as aplicações financeiras tendem a render pouco”, explica.
Para Razuk, o mercado imobiliário deve permanecer como uma ótima opção de investimento. “Com a baixa oferta e a alta demanda, os imóveis tendem a se valorizar mais rapidamente nos próximos anos. Portanto, o momento é ideal para a compra”, afirma.
COM MAIS CONFIANÇA E CRÉDITO, CLASSE MÉDIA VOLTA A COMPRAR IMÓVEL
2019 promete ser um marco positivo para o setor imobiliário. Diante da retomada do crédito com recursos da poupança e o aumento expressivo de lançamentos mais caros em 2018, as expectativas indicam um retorno das classes médias ao mercado.
Em 2018, o volume financiado para aquisição ou construção de imóveis interrompeu três anos consecutivos de queda e avançou 15%, segundo a Associação das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip).
Houve um salto de 33% nos valores financiados com recursos da poupança, o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), para R$ 57,4 bilhões. O setor vinha sendo sustentado principalmente pela demanda no programa Minha Casa Minha Vida.
Já com recursos do FGTS, muito usado no MCMV, o crescimento em 2018 foi de só 2%, para R$ 60 bilhões — patamar de desembolso que segue em níveis históricos altos. A projeção da associação, porém, é de queda de 5% neste ano.
Com informações da Folha de S. Paulo
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