MATERIAL DE CONSTRUÇÃO SOME E EMPRESÁRIOS JÁ VEEM ATRASOS EM OBRAS

Uma construtora previa concluir em dezembro as obras de um projeto de moradia para baixa renda nas imediações de Brasília, mas foi surpreendida ao fazer a encomenda das louças sanitárias para os 232 apartamentos. Ao invés do prazo normal de dois a três meses, o fornecedor disse que só conseguirá entregar o lote em janeiro.

"Vamos ter que atrasar todo o procedimento da obra", diz o diretor da empresa Eduardo Aroeira, que teve ainda que inverter o fluxo do projeto para driblar dificuldades também para encontrar ralos de PVC para os banheiros, outro produto escasso no mercado.

Os problemas enfrentados pela empresa são hoje comuns a muitas construtoras e resultam de uma mistura entre parada nas fábricas durante o pico da pandemia e explosão na demanda por materiais de construção, tanto para pequenos reparos quanto por grandes empreendimentos.

O desequilíbrio entre oferta e demanda no setor provocaram uma disparada nos preços, que levou o governo a incluir os materiais de construção no esforço para investigar pressões inflacionárias provocadas pela pandemia, como a que vem encarecendo a cesta básica.

Aroeira diz que fez o pedido das louças há duas semanas, respeitando um prazo que costuma usar nesse tipo de encomenda. Mas o fornecedor lhe afirmou que não tinha condições de atender toda a demanda. "A obra vai ser atrasada em, no mínimo, um mês", lamenta.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 54,8% das empresas do setor de construção enfrentaram, na segunda quinzena de agosto, alguma dificuldade para acessar insumos, matérias primas ou mercadorias.

É um número praticamente estável em relação aos 56,7% da primeira quinzena do mês e bem superior aos cerca de um terço verificados em períodos anteriores. O setor aponta maiores dificuldades em louças e sanitários, PVC, produtos de cobre, aço e cimento. "Na pandemia, em todo o mundo, os fabricantes reduziram produção e queimaram estoques para fazer caixa", diz o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins. Ele avalia, porém, que a indústria brasileira demorou a reagir ao aumento da demanda após o pico da crise.

Confira a matéria completa aqui.

Fonte: Folha de S. Paulo

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