O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, em 2013, abaixo do que se esperava inicialmente, deve-se tanto ao ritmo mais lento da execução dos programas de infraestrutura quanto à menor atividade do mercado imobiliário na fase inicial das obras, conforme a coordenadora de projetos da Construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo. "Houve menor ritmo da atividade formal da construção. A demanda das famílias de materiais para reforma continua muito bem", disse a representante da FGV. Ela citou que havia a perspectiva que o mercado imobiliário retomaria seu ritmo de atividades na segunda metade do ano, o que não aconteceu. O Sinduscon-SP projeta que o crescimento do setor em 2013 seja de 2%. No início do ano, havia expectativa que a expansão ficaria no patamar de 3,5% a 4%. Para o PIB nacional, o Sinduscon-SP estima aumento de 2,5%. Conforme Ana Castelo, desde 2006 o PIB da construção não crescia menos que o do País. Segundo o presidente do Sinduscon-SP, Sergio Watanabe, "2013 não vai deixar saudades, assim como 2012 não deixou". Ele citou que o setor acabou sendo afetado pelo ambiente de negócios que o Brasil vive hoje, com menor crescimento da economia. A construção civil está hoje muito exposta devido ao volume de negócios que gerou nos últimos anos, avalia Watanabe. "Hoje a construção civil está na berlinda todos os dias, com questões de ISS, IPTU", acrescenta. O vice-presidente de economia do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, citou que a construção se alimenta do investimento de todos os outros setores da economia. "Nós dependemos dos setores público, do financeiro e do judiciário", disse Zaidan. Para 2014, a expectativa de retomada do ritmo de obras por conta da Copa, das eleições e do mercado imobiliário em São Paulo faz com que se espere que o PIB da construção volte a crescer mais que o PIB do Brasil, segundo a Ana Maria. Ela ponderou que não há perspectiva, porém, da retomada do ritmo que o setor tinha em 2010. "O setor de construção, especialmente o mercado imobiliário, entra em nova fase. A grande questão agora está no investimento em infraestrutura", disse a representante da FGV. De acordo com Zaidan, até 2010 havia uma demanda reprimida por imóveis, que foi atendida. A recuperação será baseada em continuidade do aumento da renda, do financiamento e do crescimento do número de famílias. Pesquisa realizada pelo Sinduscon-SP e pela FGV indica que as empresas continuam a acreditar "na força dos lançamentos para a média e alta renda e no crédito imobiliário", de acordo com Ana Castelo. Ana Maria afirma acreditar que o segmento de infraestrutura crescerá mais em 2014 do que o mercado imobiliário, assim como ocorreu em 2012. Projeção do Sinduscon-SP e da FGV aponta que o setor crescerá 2,8% em 2014, enquanto PIB do país terá expansão de 2%. O vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP já afirma ter "boa visão do mercado imobiliário em São Paulo e no Rio de Janeiro". "Fora desses mercados não tenho visibilidade suficiente", disse Zaidan. Segundo ele, "na melhor das hipóteses 2015 será um ano duro para o setor", em função de fatores como as decisões a serem tomadas no período eleitoral. (Fonte: Valor Econômico)
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