Quem acha que não dá pra fazer tecnologia a partir de tijolo e cimento está errado. Startups do setor de construção, reformas e mercado imobiliário estão crescendo no Brasil e começando a dar os primeiros sinais de que o setor, antes esquecido nas conversas sobre inovação no país, poderá ter importância central no desenvolvimento habitacional brasileiro.
Atualmente, já são 500 startups brasileiras olhando pro setor de construtechs e proptechs — como são chamadas, respectivamente, as startups do mercado de construção e imobiliário. “A maioria é de empresas em fase inicial, mas começamos a ter os casos de sucesso”, diz Bruno Loreto, CEO da Construtechs Angels, empresa de investimento-anjo para o setor.
A construtech de maior destaque, hoje, é a QuintoAndar. A empresa, que começou como opção de aluguel sem fiador, se tornou um unicórnio — quando uma startup ultrapassa o valor de mercado de US$ 1 bilhão — e começa a olhar pra outros mercados. Recentemente, disse que vai entrar no ramo imobiliário com reforma e revenda de apartamentos no País.
“O mercado de aluguel residencial é muito fragmentado, dividido em milhares de pequenas imobiliárias, atendendo proprietários com poucos imóveis. Isso dificulta bastante a profissionalização e explica porque o modelo tradicional é ineficiente”, diz José Osse, head de comunicação do Quinto Andar. “As construtechs e proptechs entram como soluções que injetam tecnologia, praticidade e produtividade nos dois segmentos.
E o crescimento da startup surpreende. Segundo números divulgados pela própria QuintoAndar, o volume de contratos assinados entre janeiro e agosto deste ano aumentou em cinco vezes em comparação com 2018. A empresa também saltou de 300 funcionários, ainda no começo de 2018, para mais de 1 mil colaboradores até o meio de 2019.
“Ganhamos mais fôlego para consolidar nossa presença nos mercados onde já estamos e expandir para outras áreas”, afirma Osse. “Vamos aproveitar esse nosso momento”.
Suporte imobiliário
Além dela, outra empresa que chama a atenção no setor é a Loft. A startup compra e revende imóveis, que ela própria reforma para um público-alvo de jovens casais. Com só um ano de mercado, a empresa já está com valor de mercado de R$ 1,5 bilhão e presente em bairros nobres de São Paulo, como Jardim América, Moema, Itaim e Jardim Paulista.
Todos os apartamentos à venda na Loft, que fez mais de 200 transações nesse um ano, ficam próximos de R$ 1 milhão e alguns chegam a ultrapassar a barreira dos R$ 3 milhões.
“A jornada de comprar, vender ou trocar um apartamento é muito difícil. Queremos que seja tão fácil quanto alugar”, afirma João Vianna, cofundador da startup. Além disso, a startup também quer ajudar a determinar o preço de um imóvel -- algo que, hoje, é feito de maneira muito tradicional. Por isso, antes de entrar num bairro, a empresa compra todas as matrículas de imóveis da região e as insere num algoritmo pra compreender o preço justo.
“Tem diferenças de até 40% entre o anunciado e o praticado no ato da venda de um imóvel”, conta Vianna. “Isso, de alguma maneira, acaba travando o setor de imóveis. Afinal, as pessoas não se sentem confortáveis pra vender ou para comprar imóveis que não estão com um preço justo. Queremos ajudar a alinhar a percepção de quanto deve ser cobrado”.
Inovação
Outras startups do segmento, enquanto isso, olham para um passo atrás da venda e aluguel de imóveis. A InstaCasa, primeira a receber um aporte da Construtechs Ventures, de R$ 700 mil, ajuda as pessoas na hora de comprar um terreno. Por meio de realidade aumentada, a empresa dá uma visão do que pode vir a existir naquele pedaço de terra.
“Quando uma pessoa vai comprar um terreno, não há magia no processo de negociação e venda. Por isso, com tecnologia, acabamos levando a percepção de um apartamento decorado pra quem está pensando em construir uma casa do zero”, afirma Maurício Carrer, CEO da InstaCasa. “A pessoa sai da negociação sabendo o que pode existir ali”.
Desde 2017, a startup ajudou mais de 15 loteadoras na fase de vendas e, em alguns casos, chegou a criar 150 modelos diferentes de casa. Tudo por meio de realidade aumentada.
Também olhando para o mercado de lotes, a Glebba quer democratizar os investimentos. Usando o formato de crowdfunding, a startup quer que várias pessoas, sem a necessidade de conhecimentos profundos em investimentos, possam fazer aportes em empreendimentos espalhados pelo Brasil. É a alternativa para não centralizar o mercado na mão de poucos.
“É uma plataforma de investimentos como outra qualquer, mas voltada para a viabilização de empreendimentos. A pessoa seleciona o imóvel, de acordo com o risco e o valor mínimo a ser aportado, faz o investimento e depois aguarda o retorno”, afirma Francisco Perez, líder de investimentos da Glebba. “É algo positivo pros investidores iniciais e pro mercado”.
Para Arthur Garutti, sócio da ACE, empresa de inovação, todas as iniciativas serão úteis para o Brasil no futuro, onde as construtechs terão papel central no desenvolvimento habitacional. “As construtechs e proptechs estão se mexendo pra baratear o acesso à moradia e resolver a ineficiência do setor”, afirma o executivo. “É a oportunidade do futuro”.
Fonte: Yahoo
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