O preço alto dos imóveis no Brasil não é fruto da especulação sem limites. Essa é a avaliação do diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, que garante não existir uma bolha imobiliária no País. "Aqui, o preço do ativo não sobe sem justificativa econômica. Além disso, praticamente não há segunda hipoteca, e mais de 90% dos imóveis são para moradia própria", assinalou. A avaliação contrasta com opiniões que apontam para valorização excessiva dos imóveis. De acordo com relatório recente do Banco de Compensações Internacionais, o Brasil foi o país onde os preços das moradias mais subiram nos últimos cinco anos. Outro levantamento, preparado pela revista inglesa The Economist, observou que a alta verificada em 2013 foi a segunda maior entre 23 países. Essas análises, no entanto, apontam para franca desaceleração nos preços neste e nos próximos anos, depois da Copa do Mundo, em junho. Foi por conta dessa preocupação que o BC decidiu analisar o assunto mais a fundo. "A gente acompanha o debate (sobre a bolha imobiliária) e precisa responder com dados concretos (a essas preocupações)", diz Meirelles. A resposta foi um estudo que simula os impactos da variação de preços nos resultados de bancos que concedem crédito imobiliário. O objetivo era verificar se uma queda muito forte poderia levar mutuários a devolver imóveis aos bancos, provocando quebradeira no sistema financeiro. O trabalho, segundo o BC, afasta o receio de que o Brasil possa viver situação semelhante à dos Estados Unidos, durante a crise das hipotecas podres (subprime), que desencadeou a maior crise econômica desde 1929. No pior cenário, o BC previu queda de 33% no preço dos imóveis. O número não foi escolhido à toa. "Esse foi o mesmo percentual na bolha dos Estados Unidos, mas lá essa deterioração ocorreu entre abril de 2006 e maio de 2009. No nosso teste, o recuo de 33% foi em apenas um dia", disse Meirelles. Mesmo nesse cenário, o estudo indicou que nenhum banco teria problemas para continuar funcionando. Apenas na hipótese de o preço do imóvel cair abaixo de 90% do valor da dívida é que o empréstimo seria considerado impagável, diz o estudo. Mas o diretor descarta uma situação tão extrema. "Não acredito em nenhuma mudança grande em relação a preço de imóveis no País", diz. "Como estamos num livre mercado, se há irracionalidade (nos preços), a tendência é que ela seja corrigida." O diretor do BC recordou que os preços já crescem hoje em ritmo duas vezes menor que o verificado no auge do movimento de valorização imobiliária, em 2009, conforme o Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais (IVG-R), indicador preparado pelo próprio Banco Central. Em agosto daquele ano, a valorização média foi de 1,93%. Já em agosto do ano passado, a alta havia sido de 0,74%.
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