ATA DO COPOM DEIXA EM ABERTO NOVA ALTA DE JURO

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não trouxe grandes novidades na avaliação sobre a inflação. O documento apenas incorporou o comentário feito pelo presidente Alexandre Tombini, após a divulgação do IPCA de 2013, de que a inflação mostra resistência ?ligeiramente acima daquela que se antecipava?. Tal mensagem foi vista como indicação de que o colegiado do Banco Central subiria a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, como visto na reunião da semana passada, quando a Selic foi de 10% para 10,50% ao ano.  "Tendo em vista os danos que a persistência desse processo (inflacionário) causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido. Dessa forma, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso", explica a ata. Assim como no documento anterior, o Copom repetiu que a política monetária deve se manter especialmente vigilante e que os efeitos das ações sobre a inflação ocorrem com defasagem. Na ata de novembro, a inclusão dessa ressalva sobre defasagem foi lida como indicação de que o BC poderia reduzir o ritmo de aperto agora em 2014 - tese que perdeu força após a divulgação do resultado do IPCA do ano passado e não se confirmou na primeira reunião deste calendário. O Copom contempla, agora, ritmo de expansão da atividade doméstica relativamente estável neste ano, em comparação a 2013. Também enxerga uma mudança na composição da demanda e da oferta. Para o colegiado, ?delineia-se ambiente em que o consumo tenderia a continuar em crescimento, porém, em ritmo mais moderado do que o observado em anos recentes; e os investimentos ganhariam impulso?. Sobre o mercado de trabalho, o Copom voltou a destacar a estreita margem de ociosidade e apontou o risco de concessão de aumentos salariais incompatíveis com o crescimento da produtividade. Mas o colegiado traz uma mudança na descrição do seu diagnóstico: ?Não obstante a concessão este ano de reajuste para o salário mínimo não tão expressivo quanto em anos anteriores, bem como a ocorrência nos últimos trimestres de variações reais de salários mais condizentes com as estimativas de ganhos de produtividade do trabalho, o Comitê avalia que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos?. A visão do BC sobre o comportamento do câmbio não sofreu alteração. A depreciação do real é fonte de pressão inflacionária de curto prazo, mas os efeitos secundários de tal movimento ?podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária?. O colegiado voltou a identificar baixa probabilidade de eventos extremos, mas manteve a visão de que o ambiente externo permanece complexo. Ainda assim, o comitê, amparado em dados positivos recentemente divulgados, aponta que se mantiveram as perspectivas de atividade global mais intensa ao longo do horizonte relevante para a política monetária. O documento reconhece que há avanços em economias maduras e inclui menção direta à área do euro. Sobre os emergentes, a avaliação continuou sendo de que o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas. O Copom destaca ainda evidências de acomodação dos preços de commodities nos mercados internacionais, ?bem como de focos de tensão e de volatilidade nos mercados de moeda?. (Fonte: Valor Econômico)

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